
A Organização Mundial da Saúde (OMS) desaconselhou esta terça-feira o uso de ibuprofeno para alívio de sintomas do novo coronavírus.
O porta-voz da OMS, Christian Lindmeier, fez a recomendação numa conferência de imprensa em Genebra, na Suíça, na qual adiantou que a situação está a ser analisada por especialistas e que estudos sobre o efeito do ibuprofeno ainda estão a ser realizados, com os resultados o conhecimento dos resultados a chegar apenas em maio.
Até lá, o responsável recomenda o uso de paracetamol e que o ibuprofeno não seja usado como automedicação para tratar sintomas do novo coronavírus.
Os avisos quanto aos perigos do ibuprofeno começaram este sábado, quando o ministro da Saúde francês, Olivier Véran, aconselhou nas redes sociais que a ingestão de anti-inflamatórios "pode ser um fator que piore a infeção" nos doentes com Covid-19.
?? #COVID?19 | La prise d'anti-inflammatoires (ibuprofène, cortisone, ...) pourrait être un facteur d'aggravation de l’infection. En cas de fièvre, prenez du paracétamol.
Si vous êtes déjà sous anti-inflammatoires ou en cas de doute, demandez conseil à votre médecin.
Este domingo, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, afirmou que "nem o Brufen, nem outros medicamentos, potenciam a ação do vírus", dizendo que seria feito um desmentido à escala europeia pois não haveria provas científicas que sustentem esse efeito prejudicial. Também a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed), em comunicado este domingo, havia confirmado que "não existem, actualmente, dados científicos que confirmem um possível agravamento da infecção por covid-19 com a administração de ibuprofeno ou outros anti-inflamatórios não-esteróide Um relatório divulgado pela revista científica The Lancet, divulgado a 11 de março, revela que três estudos feitos a doentes chineses evidenciaram que a classe de anti-inflamatórios não esteróides (conhecidos como AINE’s) aumenta a expressão de enzimas conversoras de angiotensina 2 (ACE2), recetores que existem em células epiteliais dos pulmões, intestinos, rins e vasos sanguíneos, e aos quais o SARS-CoV-2 se liga para entrar no organismo humano.
Este domingo, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, afirmou que "nem o Brufen, nem outros medicamentos, potenciam a ação do vírus", dizendo que seria feito um desmentido à escala europeia pois não haveria provas científicas que sustentem esse efeito prejudicial.
Também a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed), em comunicado este domingo, havia confirmado que "não existem, actualmente, dados científicos que confirmem um possível agravamento da infecção por covid-19 com a administração de ibuprofeno ou outros anti-inflamatórios não-esteróide
Um relatório divulgado pela revista científica The Lancet, divulgado a 11 de março, revela que três estudos feitos a doentes chineses evidenciaram que a classe de anti-inflamatórios não esteróides (conhecidos como AINE’s) aumenta a expressão de enzimas conversoras de angiotensina 2 (ACE2), recetores que existem em células epiteliais dos pulmões, intestinos, rins e vasos sanguíneos, e aos quais o SARS-CoV-2 se liga para entrar no organismo humano.
Assim, dizem, a ingestão de medicamentos como o Brufen ou o Spidifen pode afetar a capacidade de reação do sistema imunitário, responsável por combater o vírus. O uso de medicamentos da classe AINE’s está também desaconselhado em todos os casos de viroses respiratórias, como é o caso da Covid-19.
Os mesmos estudos apontam que a gravidade da infeção também pode ser influenciada pelo uso de substâncias como a cortisona ou a ingestão de medicamentos para combater a diabetes mellitus tipo 2, cuja substância ativa são as tiazolidinedionas (TZD’s), que também aumentam a expressão dos recetores ACE2 e facilitam a entrada do novo coronavírus no organismo humano.
Os investigadores responsáveis pelo estudo apontam ainda que, caso a influência do ACE2 seja confirmada, será gerado um conflito devido à influência que o recetor tem nos tratamentos para reduzir inflamação e em terapias para curar doenças respiratórias, cancro, diabetes e hipertensão, e sugerem que pacientes com doenças cardíacas, hipertensão ou diabetes sejam tratados com inibidores de ACE – bloqueadores do recetor de angiotensina 2 (ARB’s), como o Valsartan ou o Losartan.