Ator Adérito Lopes quebra silêncio após brutal agressão por grupo de extrema-direita em Lisboa
A agressão terá partido de um grupo ultranacionalista de extrema-direita – onde estavam elementos condenados pelo homicídio de Alcindo Monteiro, há 30 anos.O ator Adérito Lopes, de 45 anos de idade, foi "agredido violentamente", no dia 10 de junho, em Lisboa, momentos antes de subir ao palco com a peça 'Amor é um fogo que arde sem se ver...', espetáculo da companhia de teatro A Barraca, que ia decorrer no Teatro Cinearte, no Largo de Santos.
A agressão terá partido de um grupo ultranacionalista de extrema-direita – onde estavam elementos condenados pelo homicídio de Alcindo Monteiro, há 30 anos –, que se encontrava a celebrar num restaurante junto ao teatro, e obrigou o ator a ser hospitalizado com uma fratura e um golpe profundo no rosto. Depois do recato, Adérito Lopes quebra agora o silêncio para falar do "cruel e brutal ato de violência" de que foi vítima.
"No passado dia 10, data em que me preparava para exercer o meu ofício – neste caso, representando a figura maior da nossa literatura, Luís Vaz de Camões –, na minha chegada ao teatro, fui absolutamente surpreendido por um cruel e brutal ato de violência, totalmente gratuito, sem que da minha parte tivesse havido qualquer ação em relação à pessoa do agressor ou em relação a qualquer outra pessoa ali presente", começou por descrever o ator.
Adérito Lopes diz ainda que não pretende "prejudicar a investigação" e, por isso, só irá voltar a pronunciar-se sobre o ataque de que foi alvo "em sede própria". "A minha posição não é motivada por medo, mas pelo facto de entender que é à Justiça que cabe resolver este assunto e também por não querer transformar este incidente num trampolim publicitário ou numa oportunidade mediática a favor do agressor e/ou de grupo de que alegadamente fará parte", justificou.
"Entendo que este vil ataque de que fui vítima tem de ser exemplarmente investigado e punido pela Justiça, em homenagem a princípios constitucionalmente consagrados, como o do direito à integridade pessoal, aplicáveis a todos os cidadãos do nosso País", conclui o ator.