Marcelo: divórcio polémico
Marcelo nunca quis o divórcio da mãe dos filhos, Cristina Motta da Veiga. Foi a mulher a sair de casa depois de se ter envolvido com um amigo do casal.
O Presidente nunca assinou o divórcio de Cristina Motta da Veiga, a sua primeira e única mulher. A separação de pessoas e bens acabou por consumar-se no dia 2 de dezembro de 1980, numa altura em que Cristina já tinha saído de casa e desenvolvia uma nova relação amorosa com um amigo do casal, Jorge Lagrifa.
Três anos depois, prazo legal estabelecido para consumar, ou não, o divórcio, Marcelo insiste em não terminar com o casamento. Para o Professor, o sacramento do matrimónio é um laço inquebrável. "Por causa da teimosia católica de Marcelo, só dali a três anos a separação é consumada juridicamente em divórcio", lê-se em "Marcelo Rebelo de Sousa", a biografia do Presidente.
Nesta ocasião, a questão juridica de refazer o casamento colocou-se: ou havia condições para tal ou, então, o divórcio seria automaticamente consumado. Marcelo estava disposto a voltar para a mulher, e disse-o ao juíz, apesar de, nessa altura, já namorar com Rita Amaral Cabral há dois anos.
Cristina Motta da Veiga não aceitou. O divórcio consumou-se em 1983 e, mais tarde, a ex-mulher de Marcelo casou-se com Jorge Lagrifa. Rita Amaral Cabral manteve-se sempre do lado do namorado e estava disposta a aceitar o que acontecesse, por respeito às convicções religiosas de Marcelo, que partilha. Continuam eternos namorados, ao fim de 36 anos.
Os motivos da rutura
Foi a compulsão para o trabalho que acabou com o enlace do Presidente. Cristina Motta da Veiga, com quem se tinha casado em 1972, em cerimónia religiosa celebrada pelo padre Vítor Melícias, não aguentou. "O afastamento entre Marcelo e Cristina é irrecuperável. Vêem-se pouco mais do que uma hora por dia. Ela está farta da solidão e das refeições sozinha, esperando por um marido que chega tarde ou de madrugada, anos a fio", lê-se na biografia.
Jorge Lagrifa saía, igualmente, de um casamento desastroso. "A solidão de ambos e as respetivas relações falhadas acabam por os juntar. É Cristina que sai de casa", revela a biografia.
No dia em que a mulher saiu de casa, Marcelo estava de cama, com uma gripe. A mulher levou os seus pertences, para nunca mais voltar. "Cristina leva a mobília que lhe cabe na partilha e Marcelo, engripado, fica em casa com o sofá na sala, a cama do quarto, milhares de livros e pouco mais", descreve Vítor Matos, o biógrafo.