Pedro Fernandes com remorsos de ter recusado almoço com Pedro Lima há 2 semanas
Apresentador da TVI lamenta a morte do amigo e de não ter percebido que ele precisava de ajuda. "Não consegui ver para lá desse sorriso e isso vai atormentar-me para sempre", diz Pedro Fernandes.
Pedro Fernandes, animador da RFM e apresentador da TVI, garante que viveu um dos piores dias da sua vida no sábado, quando teve de conduzir a emissão em direto com Fátima Lopes horas depois de saber que o amigo Pedro Lima tinha morrido. Principalmente nas circunstâncias em que foi.
"Sábado foi um dos dias mais difíceis da minha vida e seguramente o dia mais difícil da minha vida profissional. Nada nos prepara para receber a notícia da morte de um amigo a poucos minutos de irmos para o ar para fazer uma emissão em directo de quase 6 horas", lamenta Pedro Fernandes.
vida profissional. Nada nos prepara para receber a notícia da morte de um amigo a poucos minutos de irmos para o ar para fazer uma emissão em directo de quase 6 horas", lamenta Pedro Fernandes.
"Esta pandemia que afasta amigos e familiares sufoca-nos aos poucos. Economicamente, socialmente e afectivamente. Deixámos de beijar, de abraçar, de ir beber um copo, de ir jantar fora, de receber amigos em casa. Deixámos de viver. E nós queremos viver", acrescenta o comunicador, revelado que recusou almoçar com Pedro Lima há duas semanas. "Não fui almoçar com o Pedro há 2 semanas porque tive medo e fiquei em casa. Não sei se isso teria mudado alguma coisa... Mas nós não podemos viver com medo. Não estou com isto a dizer que se deva voltar à normalidade e arriscar. Essa normalidade não existe nem pode existir para bem de todos. Acho é que temos de ser mais equilibrados na forma de lidar com este vírus. Respeitar o distanciamento social e as medidas de segurança recomendadas sim. Ficar fechado em casa e deixar de viver, não. Isso pode ter consequências catastróficas".
Pedro Fernandes reconhece que apesar da dor, o "show must go on", como se costuma dizer no meio artístico perante uma tragédia. "E também por isso sabia que tinha de apresentar aquela emissão. A ajuda não podia parar. E não parou. Muitas pessoas estão a passar por dificuldades e é nossa obrigação ajudar o maior número possível. É um momento difícil para todos, de grande fragilidade e ninguém pode ficar sozinho. (...) "Abracem" já os que ainda estão vivos. Descansa em paz meu irmão", rematou.