Marcelo Rebelo de Sousa lembra-se perfeitamente de ver o jovem António Costa nos anfiteatros da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.
É difícil esquecer os alunos que se destacam, sobretudo pelo brilhantismo académico. "Era muito bom aluno, acima da média. Era um aluno muito rápido, daqueles que toca de ouvido", partilhou o Presidente com a revista 'FLASH!', durante a visita oficial a Paris, no Dia de Portugal, em 2016.
Presidente e primeiro-ministro estiveram sempre juntos, durante os 3 dias que durou a visita. A 'FLASH!' testemunhou a amizade e cumplicidade entre os antigos Professor e aluno. Nota-se em António Costa uma admiração especial pelo antigo Professor e a vénia própria de eterno aluno. E continua a aprender com Marcelo: está mais descontraído na vida pública, bem humorado e
até tira 'selfies'.
LICENCIATURA IRREPREENSÍVELAntónio Costa acabou por licenciar-se em Ciências Jurídico-Políticas, em 1985, com média final de 15 valores. Um percurso académico irrepreensível e sem "chumbos" apesar de, na época, Costa já ser bastante ativo politicamente. Por exemplo, dirigiu, durante 2 anos, a associação académica.
O Presidente sempre foi dos professores mais exigentes distinguiu-o com 17 valores, na cadeira de Direito Público Comparado. Orgulhoso, António Costa questionado sobre o assunto brinca: "Também foi mérito do aluno".
Certo é que é notório o
laço afetivo que liga o fiel aluno ao distinto Professor. "Compensamo-nos. Eu sou hiperativo. Ele é hiperotimista", graceça o atual Presidente.
AS BORGAS COM OS ALUNOS
Daquela época, António Costa recorda ainda o Professor magro e rápido, que deambulava pelo estrado enquanto cofiava a barba e organizava grandes jantaradas e idas à discoteca com os alunos.
Marcelo acredita que a convivência estimula as pessoas para o sucesso. "Acho que o meu talento fundamental é o de ser um pedagogo. Quer dizer, o grande talento que recebi foi o de transmitir aos outros, de suscitar reflexões", comenta Marcelo ao seu biógrafo, Vítor Matos.
Nas noites de sexta,
Professor e alunos divertiam-se pela noite de Lisboa. "Percorria as capelinhas com gosto e paga copos aos alunos", descreve Vítor Matos, na biografia homónima do Presidente. Antes, o jantar era muitas vezes no David da Buraca. O Plateau e a Kapital eram as discotecas de eleição, para um pé de dança com os mais jovens.