
O rei Carlos III e a rainha Camilla estão a lidar com mais um problema político ao preparar a cerimónia de coroação, que vai decorrer a 6 de maio em Londres. Depois de decidirem organizar um evento mais simples e mais barato do que o que estava previsto, agora Camilla pode ter de abdicar de usar da coroa.
De acordo com o 'The Sun', a rainha consorte deve usar a coroa feita para a rainha mãe, Isabel, mulher do rei Jorge VI. A joia tem estado no centro de uma polémica nos últimos anos por ser ornamentada com o famoso diamante Koh-i-Noor, de 105 quilates, um presente oferecido à rainha Vitória e símbolo do colonialismo britânico.
No mês passado, o governo da Índia voltou a pedir o diamante que terá sido extraído entre os séculos XII e XIV e chegou ao Reino Unido em 1849. No seu formato mais puro, poderá ter tido 793 quilates, mas depois sofreu cortes. Como não se sabe o local exato da sua extração, autoridades do Paquistão, Irão e Afeganistão também pediram a devolução da peça. Agora o seu destino está nas mãos de Camilla.
"Os tempos mudaram e sua majestade o rei é extremamente sensível a estas questões, assim como os seus conselheiros. Existem sérias sensibilidades políticas e um nervosismo significativo em torno do tema, particularmente em relação à Índia", explicou uma fonte ao 'The Sun'.
O analista político Saurav Dutt disse que o uso do "objeto roubado" criaria "indignação". "Garantir que o Koh-i-Noor permaneça na frente e no centro dos olhos do público desta forma vai contra qualquer tentativa da família real de passar uma borracha sobre a desapropriação, preconceito, pilhagem e exploração em que o imperialismo deleitava-se".
A coroa da rainha mãe, que vai passar a Camilla, tem ao todo 2.800 pedras preciosas.