
Não é fácil mexer nas recordações do passado, especialmente quando estas recordações trazem desconforto, mágoa e dor. Mas foi o que Vítor de Sousa fez esta tarde, 9 de outubro, no 'Júlia', programa da SIc conduzido por Júlia Pinheiro.
Começou por contar que teve uma infância marcada pela ausência do pai que deixou a família para começar de novo em África. Só conheceu o pai 40 anos mais tarde, quando este regressou a Portugal e Vítor já era um ator conhecido: "Marcamos encontro à porta dos Correios nos Restauradores, em Lisboa. Demos um aperto de mãos e não senti emoção nenhuma... só a alegria de conhecer um pai", contou o ator.
Falou sem constrangimentos do padrasto: "Reconheço que foi muito importante para a minha mãe, mas queriam que eu o tratasse por pai , mas nunca consegui. Ele não era meu pai... nunca me dei bem com ele", continua a desfiar o novelo das memórias menos boas. Dessas memórias fazem ainda parte as dificuldades financeiras: "A minha mãe e eu chegamos a viver num quarto alugado".
Intenso e "possessivo" nos amores, Vítor de Sousa revelou que houve um dia que tentou suicidar-se por causa de uma relação amorosa que não correu bem: "Misturei gin-tonic e comprimidos para morrer. Mas antes rasguei cartas, fotografias... enfim, preparei o enterro. Foi de uma cobardia imensa", reconhece.
Bissexual assumido, Vítor de Sousa admitiu o que lhe interessa são as pessoas, independentemente do sexo. A pianista Maria João Pires foi uma das suas grandes paixões... correspondidas. Hoje em dia, mais afastado dos palcos, o ator admitiu que hoje vive uma existência marcada por alguma solidão.