
Juliana Paes está a ser arrasada por outros famosos brasileiros por supostamente não condenar o governo e as políticas de saúde que levaram a mais de 469 mil mortes por covid-19 no Brasil desde o início da pandemia.
Tudo começou com uma declaração da própria atriz de 42 anos de idade defendendo a médica Nise Yamaguchi na Comissão Parlamentar de Inquérito, que está a investigar a atuação do governo na brasileiro na pandemia. A médica imunologista é uma figuras-chave na utilização da cloroquina no Brasil, apesar da ineficácia do medicamento no tratamento da doença.
"Show de horrores e boçalidades na #CPIdaCovid. Certa ou errada… não importa! Intimidação, coação… fala interrompida… mulher merece respeito em qualquer ambiente", disse Juliana sobre o dia em que a médica foi interrogada.
"Show de horrores e boçalidades na #CPIdaCovid. Certa ou errada… não importa! Intimidação, coação… fala interrompida… mulher merece respeito em qualquer ambiente", disse Juliana sobre o dia em que a médica foi interrogada.
"Estamos vivendo um dos momentos mais nebulosos. O mundo inteiro está angustiado. Qualquer assunto é politizado. É um maniqueísmo. Eu não sou bolsominion, como adoram acreditar", declarou Juliana.
"Tenho críticas severas a este que nos governa. Mas tampouco quero que a oposição que está presente no momento assuma o governo. Eu estou em um ambiente em que não me sinto representada por ninguém", continuou. "Eu não admito ser colocada em nenhum desses dois polos. Não quero contribuir para essa polarização doentia. Não nesse momento obscuro, onde o ódio reverbera mais. Ou você é isso ou é aquilo. Isso não existe. Somos múltiplos".
Famosos divididos
Nos comentários do vídeo de Juliana, a autora de novelas Glória Perez saiu em defesa da amiga: "Essa é você, Ju! Assino embaixo". Letícia Spiller foi outra colega que apoiou os argumentos. "É isso, Juliana, você disse tudo! Admiro-te mais".
Mas a resposta do ator Ícaro Silva começou a revelar que nem tudo seriam aplausos. "Ju, acho que é simples. Você é inteligente, talentosa, carismática, amada, icónica, belíssima. Mas seu pensamento não ultrapassa a bolha da classe alta; não ultrapassa o cercado de privilégios que seu talento permitiu alcançar. Seu posicionamento é de quem não sabe o que é fome, de quem não entende o que é miséria. Dá para entender o que você está dizendo, aqui do meu cercadinho de jovem ator morando na Barra da Tijuca. Mas é como se você estivesse falando de uma pequena ilha de tesouros para um continente cheio de gente à beira da morte. Não dá para opor 'arrogância extrema' a 'delírios comunistas', justamente por não sermos binários. O que dá para opor é morte e vida. E a gente sabe quem está do lado da morte. Isso está dado, não é mistério", escreveu.
"De todas as suas qualidades bárbaras, talvez te falte a empatia. Ou talvez um senso de antropologia. Porque você fala de um lugar de muita inteligência, mas pouco conhecimento. E esse não é um país de pessoas inteligentes (vide a eleição de 2018). Eu te sugeriria, porque adoro você, o exercício de mergulhar em realidades que você nem sonha que existe. E não estou falando da mulher gata do traficante em uma favela pop do Rio de janeiro. Estou falando dos Indígenas que estão sendo massacrados AGORA. Acredite, isso não é um delírio comunista. Sua graça e seu talento te levaram a um posto de muito poder. E isso é responsabilidade. Sim, Ju, é f#d#. Mas você também é responsável pelo Brasil. E o Brasil não é uma bolha; é uma poça de lama".
Fábio Assunção também vai contra os argumentos da colega. "A Juliana expressou-se nas redes. Vi um monte julgando, absolvendo, dando toques afetivos... Que troço chato, recorrente. Não se trata disso. O Brasil está doente e quem não se posiciona frente a isso como pode ou não tem conhecimento ou está omitindo socorro".
Bruno Gagliasso usou um meme na sua resposta: "Gente, quem não está falando, não é porque está em cima do muro. É porque está do outro lado do muro mesmo, o lado que dá vergonha de estar. Por isso silencia".