
Joaquim, um bombeiro que trabalha e vive no Alentejo, passava na A1, perto do nó de Santarém, no sentido Norte-Sul, quando se deu o acidente que vitimou Sara Carreira e deixou Ivo Lucas com ferimentos a inspirar sérios cuidados.
Foi ele a primeira pessoa a chegar ao pé do carro e a perceber que Ivo Lucas tinha conseguido sair de dentro da viatura: "Quando chegámos ao carro do Ivo, ele estava junto ao separador central, sem camisola. Estava em tronco nu, a tremer de frio, e quando falámos com ele, estava desorientado. Dizia que era tudo um sonho que lhe estava a acontecer", contou o soldado da paz à revista 'TV 7 Dias'.
Foi Joaquim, que percebendo a gravidade da situação, ligou para o 112: "Estive ao telefone durante 14 minutos", contou à referida publicação. E continua: "Levámos o rapaz para o nosso carro e eu dei-lhe o meu casaco e liguei o aquecimento do carro. A minha namorada ficou com ele no nosso carro, enquanto eu estava a prestar auxilio à rapariga [Sara Carreira] que estava no carro acidentado". Nessa altura, Joaquim já contava com a ajuda de uma médica que também se voluntariou a ajudar os acidentados. "O Ivo perguntava pela namorada e nós dissemos apenas que ela estava em estado crítico, mas que estava a ser avaliada", recorda o bombeiro.
"Ele nem sabia bem o que lhe tinha acontecido. Disse que estava a sonhar e falou de um amigo, que morreu de acidente há dois anos e que a irmã fazia anos no dia a seguir", avança Joaquim para acrescentar: "Só algum tempo depois é que o Ivo nos disse que a namorada era de uma família muito conhecida".
Há mais pormenores arrepiantes: "Tenho fotografias do acidente, que só irei mostrar aos familiares, se eles quiserem. Mas só a eles e pessoalmente. Todos os meios envolvidos não podiam ter feito mais do que fizeram", garante.
Esta testemunha diz ainda: "No chão, ao pé do carro, estava um fio de ouro e um telemóvel cor-de-rosa, que eu vi os bombeiros entregarem à polícia". Já sobre as condições meteorológicas não tem dúvidas: "Não estava a chover torrencialmente, nem nevoeiro. Estava muito escuro e estava aquele spray provocado pela passagem dos carros".