
Francisco é um rosto bem conhecido dos portugueses. Além de escritor e dramaturgo para televisão, cinema e teatro, foi inspetor da Polícia Judiciária e habituamo-nos a vê-lo nas televisões a comentar casos criminais. Passou pela RTP, SIC, TVI e, ultimamente, com uma colaboração muito regular na CMTV.
A semana passada, Moita Flores surprendeu ao revelar que colocava um ponto sinal na sua intervenção de televisiva, "uma caminhada rija de 30 anos". As razões para este inesperado "adeus" são enumeradas pelo próprio num longo texto que partilhou na sua página de Facebook.
"Ao longo de três décadas, informei, expliquei, ensinei e, algumas vezes, terei errado ou proferido juízos menos assertivos. A idade, a fadiga, a falta de saúde tomaram a decisão por mim. Não queria deixar este momento da partida sem um abraço fraterno, e esta justificação, a tantos milhares que me acompanharam", adiantou o escritor.
Continuou: "Trinta anos é muito tempo na vida de qualquer pessoa. Em televisão, trinta anos, é tocar a eternidade e a idade de Abraão. Tive o privilégio de ser participante ativo no surgimento de três canais e televisão. Experiência rara que poucos tiveram a oportunidade de viver. Colaborei com todos os canais de televisão e a todos me dei com a paixão e o entusiasmo do primeiro dia. E nenhum deles me exigiu que amputasse a minha liberdade de expressão", garantiu o comentador.
Depois de agradecer, Francisco Moita Flores concluiu: "Chegou ao fim este ciclo. Fico-me na paixão pelos livros, pela escrita, de braço dado com os meus autores preferidos, no recolhimento de quem sente que tudo deu e nada esperou em troca. E tanto recebeu! [...] Digo adeus a este caminho que agora terminou".