
Kate McCann perdeu por completo o desejo sexual pelo marido Gerry nos meses a seguir ao desaparecimento no Algarve da filha Maddie, de quase quatro anos. A revelação consta no polémico livro que a médica anestesista britânica escreveu em 2011, 4 anos depois da fatídica noite de 3 de maio de 2007 em que a criança desapareceu do apartamento 5A no resort Ocean Club, na praia da Luz, em Lagos.
"Depois da Madeleine nos ter sido tirada, o meu desejo sexual passou para zero", revelou Kate McCann, a mãe que salientou, nas mesmas páginas do livro 'Madeleine' que a sua "vida sexual não é algo que estivesse inclinada a partilhar. Porém, é uma parte tão importante na maioria dos casamentos que não parece correto não reconhecer isto."
Nos meses após o desaparecimento da filha, em que os pais ficaram em Portugal, o casal não voltou a ter relações sexuais. "Não nos concentrámos em nada mais para além de encontrarmos Madeleine", conta Kate, revelando que viveram em "estado de choque e ansiedade".
Segundo Kate, havia duas explicações para o arrefecimento da líbido e para não deixar que o marido Gerry lhe tocassem intimamente: "Fiquei incapaz de permitir qualquer prazer, quer fosse a ler um livro, quer fosse a fazer amor com o meu marido" e "o medo de que Madeleine tivesse o pior destino que podíamos imaginar: que tivesse caído nas mãos de um pedófilo."
Gerry esteve impedido de sentir prazer físico com a mulher, mas mesmo assim foi carinhoso com Kate, nunca a pressionando ou fazendo-a sentir-se culpada. "Às vezes pedia-me desculpa. Invariavelmente punha um grande e reconfortante braço à minha volta e dizia que me amava e para eu não me preocupar."
E de facto, aos poucos, o desejo sexual voltou. Um psicólogo garantiu-lhe que voltaria gradualmente, falou com o marido sobre o assunto e aconteceu. "No fundo sabia que só havia duas soluções: recuperar a Madeleine ou conquistar o meu bloqueio mental. Como a primeira solução não controlava, tive que treinar os meus processos mentais", reconheceu.