Ao longo das últimas semanas, a batalha de Ângela Pereira comoveu o país. Com apenas 23 anos, o seu testemunho era tocante. Depois de os médicos do IPO do Porto lhe terem dito que não havia salvação para o seu caso, a doente com leucemia pedia ajuda para encontrar uma saída para combater um aspergiloma, que é um fungo difícil de tratar em pacientes saudáveis, e por isso um desafio hercúleo para um doente como Ângela, com o organismo severamente fragilizado.
"Para mim existe uma grande vontade de viver, e uma esperança de que tudo vai ficar bem. Não vos peço dinheiro, apenas vos peço: preciso a vossa ajuda, as vossas partilhas, uma segunda opinião e uma transferência para um hospital que me queira tentar tratar", escreveu numa publicação desesperada nas redes sociais.
De pronto, uma onda solidária correu o país e conseguiu-se, inclusivamente, chegar a um hospital especializado do Reino Unido, que iria entrar em contacto com o IPO para seguir o caso de Ângela.
No entanto, apesar da esperança, as piores notícias chegaram esta quinta-feira, em pleno dia de Natal, e foram partilhadas pela família da jovem, através da sua conta de Instagram, onde comunicaram que Ângela não tinha resistido.
"Com profunda tristeza, comunicamos que a Ângela partiu. Antes de partir, pediu que fosse deixada aqui uma palavra de agradecimento a todas as pessoas que, de alguma forma, a ajudaram, apoiaram, rezaram, enviaram mensagens ou simplesmente estiveram presentes ao longo desta caminhada tão difícil", pode ler-se na publicação, onde a família se mostra particularmente sensibilizada com todo o apoio recebido.
"Cada gesto, cada palavra e cada demonstração de carinho foram sentidos. Nunca esteve sozinha. Sentiu-se amada, acompanhada e amparada até ao fim. A todos os que fizeram parte desta rede de amor e força, o nosso mais sincero obrigada. Esse amor ficará para sempre guardado."
A publicação gerou milhares de reações em pouco tempo, de comentários a enaltecer a coragem de Ângela e de apoio para com a família.