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O dia em que Nuno Santos, que está em "confronto" com Judite Sousa, foi despedido da RTP, onde era diretor de Informação

Nuno Santos foi despedido da RTP em 2013 após terem sido mostradas imagens não emitidas de manifestação à PSP. Ficou com a vida virada do avesso e foi "obrigado" a emigrar. Agora enfrenta nova polémica por causa de Judite Sousa.
03 de agosto de 2022 às 09:07
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Nuno Santos, diretor de informação da TVI e da CNN, enfrenta por estes dias uma das fases mais complicadas da sua vida profissional. E tudo por causa das revelações de Judite Sousa, que bateu com a porta do canal de cabo onde foi o primeiro rosto a aparecer, alegando que esteve durante vários meses sem contrato e sem receber, e que foi para a guerra da Ucrânia sem dinheiro e sem seguro.  O responsável do canal desmentiu ao longo do dia de ontem, terça-feira, várias vezes as declarações de Judite, que perante esses desmentidos, reforçou publicamente que foi, voluntariamente e a seu pedido, para a Ucrânia sem as melhores condições para trabalhar. "Nunca vi uma moeda ou uma nota Ucraniana. Para beber uma água, tomar um café, almoçar, pedia ao jovem repórter de imagem que pagasse a minha despesa. E assim se passaram duas semanas. Com uma chamada de uma equipa médica de urgência ao hotel em Lviv onde fui injectada duas vezes. E foi esta a minha 'guerra'", escreveu Judite nas redes sociais.  Isto depois de Nuno Santos ter garantido que havia um contrato, um seguro de saúde e ainda dinheiro para a equipa de reportagem, nomeadamente Judite Sousa. "Todos os dias somos postos à prova, mas alguns são mais duros e encerram desafios mais difíceis, talvez por virem de onde e de quem menos esperamos", escreveu durante a madrugada nas redes sociais, depois de um dia em que esteve debaixo dos holofotes por causa desta polémica, noticiada por todos os meios em Portugal. "Sim, há outras formas de estar, mas não levam a parte nenhuma. Amanhã é outro dia. A luta continua", acrescentou.  Há outro dia na vida de Nuno Santos que ele dificilmente esquece: foi a 20 de março de 2013, altura em que foi despedido pela administração da RTP alegando que ele, na então diretor de informação, depois de ter sido alvo de um processo disciplinar.

O motivo que levou a esse processo disciplinar teve origem na manifestação ocorrida no dia 14 de novembro de 2012, (pode ler aqui o relato completo da Sábado) em que a PSP carregou sobre os manifestantes em frente à Assembleia da República. A manifestação dispersa-se pelas ruas das imediações do Parlamento com o Corpo de Intervenção da PSP a distribuir bastonadas sobre quem encontra pela frente. A acção policial ocorre depois de os manifestantes terem derrubado as barreiras de segurança e atirado pedras da calçada aos elementos que protegiam a Assembleia da República.  Acontece que perante estes desacatos, a PSP pediu a acesso a imagens captadas da RTP. Foi então que começou a bronca com a PSP a ter acesso a imagens que não teriam sido emitidas... causando contestação por parte do conselho de redação. Foi o principio do fim do "reinado" de Nuno Santos no canal público, onde não tinha as "graças" do então presidente do conselho de administração Alberto da Ponte, que foi alvo de críticas de Santos durante a sua audição no Parlamento. 

"Este despedimento é feito por delito de opinião, na sequência das declarações que prestei na Assembleia da República", disse Nuno Santos na altura. "Isto é qualquer coisa de inqualificável na democracia portuguesa, porque o crime de delito de opinião desapareceu da nossa ordem jurídica em 1976. Vou levar este caso até ao fim", assegurou.

A RTP e Nuno Santos chegaram a acordo em 2014, um dia antes do processo começar a ser julgado. 

Depois deste episódio, Nuno Santos teve uma "travessia no deserto", vendo-se obrigado a emigrar para continuar a trabalhar em televisão. Em 2019 voltou pela porta grande à televisão em Portugal com a criação do Canal 11 da Federação Portuguesa de Futebol. Um ano depois, mudou-se para a TVI, como diretor de programas, ocupando atualmente o cargo de diretor de informação da TVI e da CNN Portugal.  


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