
E assim termina aquilo que nem começou. Esperávamos um reality show televisivo, uma casa cheia de pessoas que poderíamos acompanhar 24 horas por dia durante várias semanas. Foi o que aprendemos a saborear durante 20 anos. A oportunidade única de observar diretamente alguém dentro de casa depois da porta fechada. Já sabemos que na rua e no trabalho as pessoas têm de fingir. Aceitamos que assim seja, pois é necessário que se protejam. Por isso nos apaixonamos pelo 'Big Brother' desde o seu nascimento na televisão portuguesa. 'Big Brother' a tradição é o que era. Em vez de anónimos que vamos descobrindo, agora entram na casa famosos cuja vida já é do domínio público. E porque cada um tem vários compromissos sociais e profissionais, a Endemol e a TVI protegem-nos nisto e naquilo, e nem sabemos o que é verdade e o que é mentira. Já não podemos dizer que vemos com os nossos próprios olhos ou que ouvimos com os próprios ouvidos. Os poucos episódios de interesse acontecem fora da casa com um familiar de um ou de outro, e às vezes até com ex-namoradas. Lá dentro pouco se faz, para além de comer cereais com leite. A verdade é que nos venderam gato por lebre. Ou pior ainda, mais uma vez nos venderam gato por lebre. Não sei se voltaremos um dia a ter a sublime oportunidade de acompanhar ao vivo a vida real de gente humana dentro de uma casa. Talvez sim. Ou talvez não, mas então vou preferir acompanhar telenovelas. Pelo menos é assumido que se trata de ficção. E por muito má que seja a história, dificilmente algum autor de telenovela se deixaria enrolar numa tão irreal história de amor como a do Bernardo com a Bruna. Gosto da vida real. Os contos de fadas já os vivi na infância. Não me entusiasmo com histórias nas quais todos são bonzinhos nem com fantasias de príncipes e princesas. Deplorável, minha saudosa ex-querida TVI.
'Big Brother' a tradição é o que era. Em vez de anónimos que vamos descobrindo, agora entram na casa famosos cuja vida já é do domínio público. E porque cada um tem vários compromissos sociais e profissionais, a Endemol e a TVI protegem-nos nisto e naquilo, e nem sabemos o que é verdade e o que é mentira. Já não podemos dizer que vemos com os nossos próprios olhos ou que ouvimos com os próprios ouvidos.
Já nem noOs poucos episódios de interesse acontecem fora da casa com um familiar de um ou de outro, e às vezes até com ex-namoradas. Lá dentro pouco se faz, para além de comer cereais com leite. A verdade é que nos venderam gato por lebre. Ou pior ainda, mais uma vez nos venderam gato por lebre. Não sei se voltaremos um dia a ter a sublime oportunidade de acompanhar ao vivo a vida real de gente humana dentro de uma casa. Talvez sim. Ou talvez não, mas então vou preferir acompanhar telenovelas. Pelo menos é assumido que se trata de ficção.