
A monotonia continuou depois da gala. Um grupinho de gente a tentar sobressair, mas que ainda não percebeu o que é um reality show. Por isso apenas representam papéis socialmente corretos. Pouco demonstram de si mesmos, limitando-se a fazer isto ou aquilo que lhes parece mais bonito aos olhos do público. Concorrentes sem coragem, e por isso mesmo desinteressantes. Mas há uma exceção, Ana Barbosa. No meio do nada que tem sido a mesmice de cada concorrente nesta edição do 'Big Brother Desafio Final', de repente, ouvimos esta mulher extraordinária dizer "fiquei superfeliz por a Débora sair." Isto é alma. Num tempo em que só se diz o que parece bem, e num programa que se transformou num palco do politicamente correto, ouvir uma concorrente dizer aquilo que tantas vezes sentem, mas que nenhum diz, faz com que mais uma vez me torne fã da Ana. Aprendi com o meu avô Quintino que quem não tem coragem não é cidadão. Pena que não tenham com ela a mesma atitude. Que não tenham a honestidade de lhe dizer que é uma mulher que tudo pode, incluindo apresentar programas de televisão, mas, primeiro, precisa de aprender a ser fluente nas palavras. Tudo se aprende, graças à extraordinária plasticidade que caracteriza o cérebro humano. Pena que ninguém se interesse verdadeiramente por ela na TVI, que ninguém tenha a frontalidade de lhe dizer que é urgente treinar a fluência verbal, já que depois se poderá tornar fortíssima em televisão. Quem ama diz também o que dói, quando sabe que com isso o outro pode chegar mais longe. Mas tenho a certeza de que a cada vez que me encolho quando ela grita aquela expressão horrível do "chute, chute, chute", o mais certo é que na produção encolham os ombros e até façam um sorriso. Parabéns, Ana, pela honestidade.
Num tempo em que só se diz o que parece bem, e num programa que se transformou num palco do politicamente correto, ouvir uma concorrente dizer aquilo que tantas vezes sentem, mas que nenhum diz, faz com que mais uma vez me torne fã da Ana. Aprendi com o meu avô Quintino que quem não tem coragem não é cidadão. Pena que não tenham com ela a mesma atitude. Que não tenham a honestidade de lhe dizer que é uma mulher que tudo pode, incluindo apresentar programas de televisão, mas, primeiro, precisa de aprender a ser fluente nas palavras. Tudo se aprende, graças à extraordinária plasticidade que caracteriza o cérebro humano.