
Eu ainda sou do tempo em que na casa do 'Big Brother' havia regras, e se faziam respeitar. Um tempo em que dentro da casa não se aceitava humilhar a diferença, e por isso não havia risadas em relação a crianças especiais ou em relação à identidade de género. Aos correntes pedia-se que fossem modelos de respeito a todas as pessoas. Sou de um tempo em que a promoção da saúde era uma preocupação, e da mesma maneira como em qualquer programa de televisão não vemos nenhum comentador fumar, na casa do 'Big Brother' havia um lugar específico para esse hábito. Desta forma ultrapassava-se a circunstância dos muitos dias e mesmo meses que os concorrentes lá estão dentro, sem perder a oportunidade de mostrar a quem assiste ao programa, que alguma coisa especial deve condicionar o tabagismo. Gente do meu tempo certamente se lembra de algum concorrente dizer a outro se queria ir junto fumar, portanto num lugar específico. Hoje os tempos são outros. Ligamos a televisão e vemos a Catarina Siqueira a preparar a salada com um cigarro aceso na mão. como os seus ídolos, e por isso alguém com quem se vão identificar. Juntamos ao comportamento da Catarina Siqueira a conversa desadequada do António ridicularizando crianças especiais. E juntamos ainda a não menos desadequada conversa do Leandro, manifestando o seu repúdio por transexuais. No tempo de hoje parece que nada já importa. Ou talvez importe, e a Endemol e a TVI estejam tão fartas do programa que nem querem saber.
Desta forma ultrapassava-se a circunstância dos muitos dias e mesmo meses que os concorrentes lá estão dentro, sem perder a oportunidade de mostrar a quem assiste ao programa, que alguma coisa especial deve condicionar o tabagismo. Gente do meu tempo certamente se lembra de algum concorrente dizer a outro se queria ir junto fumar, portanto num lugar específico. Hoje os tempos são outros. Ligamos a televisão e vemos a Catarina Siqueira a preparar a salada com um cigarro aceso na mão.