Mais de 20 anos com edições de 'Big Brother' e parece que algumas pessoas não perceberam ainda que se trata de um reality show. Talvez seja necessário traduzir para português e ler espetáculo ou exposição da realidade, e então entendam que dentro da casa vamos ver pessoas a agir como qualquer humano. Ou seja, vão zangar-se uns com os outros, por vezes gritar, algumas vezes chorar, e também rir-se e divertirem-se.
Tudo o que fazem os humanos vai aparecer na casa do 'Big Brother'. Com exceção dos comportamentos que estão proibidos por lei expor em televisão, como sexo explícito, tudo vai ser observado nos concorrentes que estão lá dentro. Na semana passada, o Nuno e o Gonçalo envolveram-se numa zanga bem acesa. Na minha opinião, foram até bastante educados um com o outro. Nada do que ali aconteceu é para além do que fazem os seres humanos. E se este é um programa que se caracteriza por não esconder o que fazem os seres humanos, então naturalmente aquilo que cada um fez cabe, pertence, estamos à espera de ver, em qualquer edição do 'Big Brother.'
De resto, tudo o que ali se viu entre os dois não é nada que as pessoas não se sentem no sofá para ver numa telenovela. E muito menos agressivo do que as imagens a que todas as horas somos expostos nestes dias em que se vive na Europa uma guerra terrível. Até aqui, tudo bem no programa. O que já não me parece bem é a ridícula ingenuidade fora da casa. Já alguém disse que quem não está capaz não entra. Agora é a hora de eu dizer: quem não está capaz não veja. Se preferem bolinhos fofos, histórias irreais e pessoas sem alma, sempre podem optar pela telenovela 'Rua das Flores' e os canastrões que por lá se passeiam. Há opções para todos.
