Diz a tradição popular que "de Espanha nem bom vento, nem bom casamento". Eu, que não sou de intrigas, permito-me questionar a expressão que, certamente, teve origem nas terras fronteiriças com território de 'nuestros hermanos'. De Espanha, tudo de bom, é o que tenho a replicar: bom presunto, bom vinho, bom convívio de fim de dia, boa ideia de jantar tarde e fazer vida de rua. Sobre ventos, pouco sei, sobre casamentos com espanhóis menos ainda. Mas... nos tempos que correm há que defender a ideia.
Vejamos Georgina, a eterna noiva de Ronaldo. É um exemplo a seguir: boa mãe, preocupada com as cinco crianças que tem a seu cargo, consegue não só tomar conta de todas, mimá-las e brincar, como ainda encontrar espaço para uma carreira própria. Sim, é certo que Georgina Rodríguez conseguiu muito do que tem hoje graças a ser "a senhora Ronaldo". Mas não se ficou por ser uma dondoca colecionadora de carteiras, sapatos e leggings colantes. Reinventou-se, cresceu, tem criado a sua própria independência e, pelo meio, ainda encontra espaço para o seu "Cris" - como chama a Ronaldo, de acordo com o documentário 'Soy Georgina' (Netflix). A Georgina só falta mesmo subir ao altar e fazer um daqueles festões tipo coroação do rei Carlos III, com a aristocracia do futebol presente. Aliás, é bom que se despache, sob pena da lista de convidados começar a encurtar...
E entretanto, eis que novo casamento se avizinha - pelo menos queremos sonhar que assim será. E se Ronaldo não se casa, que se case Maria Cerqueira Gomes, que fará uma noiva linda, fantástica para páginas e páginas de 'la prensa del corazón', toda ela em mantilhas e brocados e rendas e todos aqueles materiais luxuosos assentam que nem luva na tradição espanhola, ao lado de um matador de toiros - ainda por cima bonitão que se farta.
Sonhar é bom, não é? Criar príncipes e princesas que chegam do país vizinho – como sempre aconteceu – ajuda a acreditar que os contos de fadas existem. Que os protagonistas sejam felizes para sempre, são os nossos votos.
