
Esta crónica podia também intitular-se "Como esbanjar dinheiro em formatos que já não funcionam". E o "já" porquê? A explicação é simples, mas à mesma já lá vamos. Comecemos pelo mais óbvio: depois da morte anunciada de 'Quem quer Namorar com o Agricultor?', na SIC, o erro de programação de Daniel Oliveira que seguiu a lógica de "se resultou até agora, vai resultar de novo", quando sabemos que assim não é, que foi, passo a passo, semana após semana, desaparecendo na grelha da SIC, esvaindo-se de vez quando atirado para as madrugadas, eis que um "primo" da concorrência lhe segue os passos. 'Ex-periência', aposta de Cristina Ferreira em tudo semelhante a 'Casados à Primeira Vista', morreu na grelha da TVI ao surgir depois da novela, depois de um programa de "apanhados" na grelha da estação.
Ou seja, duas mortes com escassas semanas de diferença que merecem uma investigação simples... por serem óbvias.
Vamos fazer as perguntas ao contrário? O que faz o sucesso de 'Agricultor' ou, antes, de 'Casados à Primeira Vista'? A surpresa, certo? Eram formatos novos, quando estrearam em (este último) 2018! Pois é, já lá vão cinco anos. E por serem novos e polémicos, cativaram, deram que falar, prenderam. Cinco anos depois, já não há espectador que se surpreenda com crises matrimoniais e cenas pirosas de "perdoa-me". Já ninguém quer ouvir lamúrias e vozes fofinhas de apresentadores que querem pôr os concorrentes a discutir a relação quando, na verdade, a eles só lhes interessa estar na televisão, serem conhecidos e ganharem o deles – por pouco que seja. 'Ex-periência', por tudo isto, só poderia ter este triste fim. Como tal, vem a segunda pergunta: as televisões não têm onde gastar o dinheiro? Porque insistem em pôr no ar formatos que já provaram estar extintos? Se calhar o momento é de repensar em vez de baralhar e voltar a dar. Dar novidade... para não perder mais gente para redes sociais e YouTube.