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Luísa Jeremias
Luísa Jeremias No meu Sofá

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Tonecas: Fazer rir para não chorar

O que se passou com Luís Aleluia, que será sempre recordado por todos como o "malandreco" Menino Tonecas, personagem de 'sitcom' que durou anos e se tornou quase mais popular do que o próprio ator e que haveria de acompanhá-lo vida fora, faz-nos pensar em nós próprios e nos que nos rodeiam.
30 de junho de 2023 às 07:00
Luís Aleluia, ator
Luís Aleluia, ator Foto: D.R.

Luís Aleluia partiu sem avisar, sem pedidos de ajuda, sem rigorosamente nada. Partiu em silêncio, consigo próprio, porque assim o quis. Mais: partiu cheio de projetos partilhados com os seus companheiros de estrada, aqueles com quem trabalhava na Casa do Artista, a sua companheira Zita, os "seus", de uma forma geral. E mesmo assim partiu.

O que se passou com Luís Aleluia, que será sempre recordado por todos como o "malandreco" Menino Tonecas, personagem de 'sitcom' que durou anos e se tornou quase mais popular do que o próprio ator e que haveria de acompanhá-lo vida fora, faz-nos pensar em nós próprios e nos que nos rodeiam. Obriga-nos a questionar os estados exteriores de alegada alegria, de vida que corre sobre rodas, de sorrisos e encantamento nas redes sociais e que, no fim de contas, se podem traduzir em problemas de saúde mental, em angústias, em sofrimento em silêncio.

Quem decide partir, parte. Não grita por ajuda – e isso é que é dramático. O trabalho de perceber o que vai "naquela cabeça" começa muito antes. Mas como dar conta de uma depressão? Como ter a certeza e ajudar a tempo quem se destrói interiormente com pensamentos, sem que tenha um acompanhamento específico para o seu caso.

E depois vem o resto: o que também nos faz pensar em Aleluia, em Pedro Lima, mas também na morte súbita de Maria João Abreu ou de Rogério Samora. As tormentas. O que andamos aqui a fazer? Será que somos felizes? – de uma forma geral, porque está sempre em estado de felicidade. Será que a vida que levamos é a que desejamos? A que tem realmente a ver connosco? Será que precisamos de ceder a tantas obrigações sociais, profissionais, familiares até, acreditando que assim é que tem de ser, custando isso, por vezes, tanto? Será que não é o momento de pensarmos mais em nós próprios?

Para o Luís Aleluia fica um beijo. Triste, pela perda tão jovem. Que se sinta bem no lugar para onde preferiu ir, seja lá onde for esse lugar. À família e amigos, os pêsames. A todos nós, votos de um bom verão. De parar, pensar e mudar. A tempo e horas.

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