Ora vejamos, a taxa de juro do crédito à habitação está a chegar aos 4 por cento. O que, para além de me deixar doida com a prestação a mais do que dobrar, me leva a questionar uma coisa simples. Sou só eu que sinto isto? Esta coisa da inflação? O chegar ao fim do mês sem dinheiro? A perda do poder de compra? Se calhar sou porque, ao olhar em volta, vejo um País radiante a preparar as férias de verão, as idas a concertos e a achar que os descontos IVA zero no supermercado são mesmo o máximo. O Algarve está esgotado e está a praticar preços acima de Ibiza ou ilhas gregas, as autocaravanas estão a 200 euros o dia (pelo menos)... e é para quem quer. Portanto, nem no parque de campismo nos aguentamos. Os restaurantes à pinha, os festivais de verão idem. Ao que só posso ler que deve haver uma economia paralela em Portugal que permite pagar isto tudo. Porque, na verdade, ninguém está muito preocupado. Importante, sim, é receber PDF de jornais e revistas em grupos de WhatsApp, que normalmente nem se leem mas representam uma fraude contra quem os publica, e nestes ou noutros grupos comentar a roupa que a Cristina Ferreira levou ao casamento não sei quê e quanto gastou no hotel não sei quantos no último destino que partilhou nas redes sociais. Já agora podemos também falar do Galamba, se fica ou se sai – que sempre é mais divertido do que a situação da TAP, os preço dos voos e o serviço 'low cost' que pratica de há uns anos para cá. E nem vale a pena pensar no aeroporto que não anda há mais de 10 anos. Isso não é para nós. Para nós é saber onde se vai comer uma febra no São João, a que praia vamos durante esta onda de calor, que roupas encomendámos nos vários sites da net, enfim, é viver o dia a dia, ir ao café, curtir com os amigos, falar da vida dos outros e o resto logo se resolve.
O Algarve está esgotado e está a praticar preços acima de Ibiza ou ilhas gregas, as autocaravanas estão a 200 euros o dia (pelo menos)... e é para quem quer. Portanto, nem no parque de campismo nos aguentamos. Os restaurantes à pinha, os festivais de verão idem. Ao que só posso ler que deve haver uma economia paralela em Portugal que permite pagar isto tudo. Porque, na verdade, ninguém está muito preocupado. Importante, sim, é receber PDF de jornais e revistas em grupos de WhatsApp, que normalmente nem se leem mas representam uma fraude contra quem os publica, e nestes ou noutros grupos comentar a roupa que a Cristina Ferreira levou ao casamento não sei quê e quanto gastou no hotel não sei quantos no último destino que partilhou nas redes sociais.
Resolve? Não sei. E por que raio estou eu a falar sobre isto tudo numa revista de televisão, que dá conta da vida dos famosos? Se calhar por ser aqui mesmo. Porque, de vez em quando, é preciso, enquanto olhamos para os outros, parar e olhar para nós próprios. E pensar que raio andamos aqui a fazer e o que queremos da vida. Bom fim de semana.
