
Depois de uma primeira série – sim, porque o formato original deverá ter continuidade – que não deveu muito à imaginação e só venceu semanalmente do horário de domingo à noite por incompetência da concorrência, eis que, na reta final, 'O Triângulo' dá a volta por cima e sai em grande estilo fazendo História na televisão portuguesa. Sem preconceitos, Carolina Aranda vence o programa, assume uma amizade especial com Inácia, uma miúda que, dizia, simplesmente, "gostar de pessoas". Não houve cenas, não houve manifestos. Houve sim inclusão e, sobretudo, o empoderamento de duas mulheres que, sem alaridos, assumiram a relação forte que as unia – seja ela amor, uma grande amizade, o que for, sem preconceitos, olhada com naturalidade, como vida real. O que tem isto de diferente? Mostra, sobretudo que algo está a mudar no formato reality shows, onde as mulheres deixam de ser olhadas apenas como "carne" e assumem elas próprias o controlo das situações. Recordemos que outra das concorrentes, Sara, respondeu sentir-se bem ao lado do concorrente Moisés, que já tinha "andado" com outra concorrente e que agora trocava beijinhos (e não só) com ela. Na gala final, no passado domingo, Sara voltou a dizer que só quer ser feliz e que sentir-se bem consigo própria é o que mais importa. Como o "casal" – como as duas chegaram a apelidar-se – Inácia e Carolina, adultas, conscientes de uma relação na versão "que o amor seja eterno enquanto dure", chegou ao fim, sem folclore nem alaridos que transformassem a ligação num circo voyeur. Não podemos esquecer que estamos em televisão onde tudo são "pontos". E estes são ganhos diretamente por Cristina Ferreira que, como "mentora" do programa, conseguiu dar-lhe a volta a tempo, correr com o preconceito, ir ganhando semana após semana, e fechar com chave de ouro com uma declaração de género num tempo em que esses conceitos são preciosos. Ganha Cristina e ganha a TVI, se calhar sem querer, mas a fazer a diferença no "reality da vida real".
Sem preconceitos, Carolina Aranda vence o programa, assume uma amizade especial com Inácia, uma miúda que, dizia, simplesmente, "gostar de pessoas". Não houve cenas, não houve manifestos. Houve sim inclusão e, sobretudo, o empoderamento de duas mulheres que, sem alaridos, assumiram a relação forte que as unia – seja ela amor, uma grande amizade, o que for, sem preconceitos, olhada com naturalidade, como vida real.
O que tem isto de diferente? Mostra, sobretudo que algo está a mudar no formato reality shows, onde as mulheres deixam de ser olhadas apenas como "carne" e assumem elas próprias o controlo das situações. Recordemos que outra das concorrentes, Sara, respondeu sentir-se bem ao lado do concorrente Moisés, que já tinha "andado" com outra concorrente e que agora trocava beijinhos (e não só) com ela.
Na gala final, no passado domingo, Sara voltou a dizer que só quer ser feliz e que sentir-se bem consigo própria é o que mais importa. Como o "casal" – como as duas chegaram a apelidar-se – Inácia e Carolina, adultas, conscientes de uma relação na versão "que o amor seja eterno enquanto dure", chegou ao fim, sem folclore nem alaridos que transformassem a ligação num circo voyeur.