
1. Sempre escrevi aqui – apesar de à minha volta ouvir dizer que aquilo não vale nada – que 'Festa É Festa' tinha, e tem, potencial. É verdade que é uma história simples, com diálogos básicos, com coisas parvas até, mas tem um elenco bem homogéneo, com destaque para Maria do Céu Guerra, Pedro Teixeira, Ana Guiomar, Manuel Marques ou Ana Brito e Cunha, uma ação dinâmica e diversão. E, neste momento das nossas vidas, após um ano e meio de dura e penosa pandemia, é disso que as pessoas precisam, urgentemente: rir-se.
Escrita por Roberto Pereira, um desconhecido para o público mas um autor batido neste género – trabalha muito com Fernando Mendes e Marina Mota –, baseada numa ideia de Cristina Ferreira, a novela da TVI é hoje líder de audiências, destronando 'Amor Amor', da SIC, que reinava a seu bel-prazer na ficção nacional. Compreende-se que a estação de Queluz de Baixo tenha apostado numa 2.ª temporada e, quem sabe?, venha a fazer uma terceira. A diretora sabe que tem aqui o ouro e agarra-se à sua tábua de salvação. Sim, como um náufrago em alto-mar, como já o escrevi também há vários meses.Este sucesso de ‘Festa É Festa’ – sem esquecer o de outra novela, ‘Bem Me Quer’ – ajudou a TVI a aproximar-se da SIC nas audiências, e fez soar as sirenes em Paço de Arcos. Daniel Oliveira não arriscou quando o rival andava nas lonas, e agora – parece – a estratégia passa por jogar ainda mais à defesa. As novidades da estação, apresentadas há dias à imprensa com pompa e circunstância, provam-no: mais uma edição de ‘A Máscara’, mais uma de ‘Agricultor’, mais outra de ‘Hell’s Kitchen’ e mais uma temporada de ‘Amor Amor’. Novidade? ‘O Clube’, série que… estreou em dezembro na plataforma de streaming Opto. Sabendo que a vitória em 2021 já não lhe escapa, acaba por saber a pouco. Muito pouco. Os próximos tempos prometem.
2. Duas notas sobre a cobertura das Autárquicas de domingo nas nossas TV: incompreensível a TVI ter terminado a sua emissão eleitoral às 22:00… para transmitir o ‘Big Brother’; inaceitável a RTP, estação paga por todos os portugueses, não ter pluralidade democrática no seu painel de analistas. Miguel Poiares Maduro, Maria Flor Pedroso, Luísa Meireles e João Soares?