Estádios alemães iluminar-se-ão em cores arco-íris durante jogo do Euro 2020 contra decisão da UEFA
O pedido surgiu por solidariedade com a comunidade LGBT+ na Hungria, após o governo liderado por Viktor Orbán ter aprovado uma lei homofóbica que mereceu críticas por parte de 13 países da União Europeu, nos quais não se incluiu Portugal por "dever de neutralidade", devido a presidir ao Conselho da UE.
Vários estádios alemães ficarão iluminados com as cores do arco-íris durante o encontro do Europeu de futebol entre a seleção da Alemanha e a congénere húngara. O gesto vem no seguimento de uma polémica decisão da UEFA de recusar que o exterior do recinto do encontro, a Allianz Arena, em Munique, se acendesse com as cores associadas à bandeira LGBT+.
Aleksander Ceferin, presidente da UEFA, explicou que a recusa se deve ao facto de "ter sido um pedido de um político" e que, por isso, "o futebol não se poderia deixar ser usado para propósitos políticos", disse o líder da associação que já havia aprovado que o capitão alemão, Manuel Neuer, tivesse utilizado uma braçadeira multicromática nos jogos da competição, por se tratar de uma ação de "bom senso."
Rainer Koch, presidente interino da Federação Alemã de Futebol e participante da comissão executiva da UEFA, referiu que o gesto "já não se trataria de uma luta comum contra a discriminação, mas de uma ação política", também o ministro dos Negócios Estrangeiros da Hungria, Peter Szijjarto, alegou que "a UEFA tomou a decisão certa por não participar numa provocação política contra a Hungria."
Assim, os estádios do FC Colónia, do Augsburgo, do Wolfsburgo, do Hertha de Berlim e do Eintracht de Frankfurt irão substituir o recinto do Euro 2020 como palcos da luta anti-discriminação
O pedido, que partiu do presidente da Câmara de Munique, serviria como um gesto simbólico de solidariedade para com a comunidade LGBT+ na Hungria, após o governo magiar, encabeçado pelo ultra-conservador Viktor Orbán, ter passado no dia 16 de junho uma lei que indica que a emissão de qualquer programa televisivo que alegadamente ilustre ou promova homossexualidade fosse proibida até às 22h. Isto significa que episódios da série ‘Friends’, ‘Uma Família Muito Moderna’ ou filmes como ‘Filadélfia’ não possam ser emitidos durante o dia.
Esta lei foi duramente criticada por treze governos de estados pertencentes à União Europeia, lote no qual não está incluído o português