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Euro 2020

Estádios alemães iluminar-se-ão em cores arco-íris durante jogo do Euro 2020 contra decisão da UEFA

O pedido surgiu por solidariedade com a comunidade LGBT+ na Hungria, após o governo liderado por Viktor Orbán ter aprovado uma lei homofóbica que mereceu críticas por parte de 13 países da União Europeu, nos quais não se incluiu Portugal por "dever de neutralidade", devido a presidir ao Conselho da UE.
23 de junho de 2021 às 13:08
Allianz Arena, LGBT, Alemanha
Allianz Arena, LGBT, Alemanha Foto: Getty Images

Vários estádios alemães ficarão iluminados com as cores do arco-íris durante o encontro do Europeu de futebol entre a seleção da Alemanha e a congénere húngara. O gesto vem no seguimento de uma polémica decisão da UEFA de recusar que o exterior do recinto do encontro, a Allianz Arena, em Munique, se acendesse com as cores associadas à bandeira LGBT+.

Aleksander Ceferin, presidente da UEFA, explicou que a recusa se deve ao facto de "ter sido um pedido de um político" e que, por isso, "o futebol não se poderia deixar ser usado para propósitos políticos", disse o líder da associação que já havia aprovado que o capitão alemão, Manuel Neuer, tivesse utilizado uma braçadeira multicromática nos jogos da competição, por se tratar de uma ação de "bom senso."

Rainer Koch, presidente interino da Federação Alemã de Futebol e participante da comissão executiva da UEFA, referiu que o gesto "já não se trataria de uma luta comum contra a discriminação, mas de uma ação política", também o ministro dos Negócios Estrangeiros da Hungria, Peter Szijjarto, alegou que "a UEFA tomou a decisão certa por não participar numa provocação política contra a Hungria." 

Assim, os estádios do FC Colónia, do Augsburgo, do Wolfsburgo, do Hertha de Berlim e do Eintracht de Frankfurt irão substituir o recinto do Euro 2020 como palcos da luta anti-discriminação, iluminando-se nas cores arco-íris, enquanto que o estádio do Werder Bremen terá colocado bandeiras LGBT+ nos arredores do estádio e o do Mainz, por não ter a capacidade de se acender em cores que não sejam as do clube, terá as luzes vermelhas e brancas ligadas. Adicionalmente, milhares de bandeiras serão também entregues aos adeptos que irão encher o estádio do Bayern de Munique às 20 horas desta quarta-feira, para o último jogo do grupo E, que irá decorrer em simultâneo ao outro encontro, o Portugal-França.

O pedido, que partiu do presidente da Câmara de Munique, serviria como um gesto simbólico de solidariedade para com a comunidade LGBT+ na Hungria, após o governo magiar, encabeçado pelo ultra-conservador Viktor Orbán, ter passado no dia 16 de junho uma lei que indica que a emissão de qualquer programa televisivo que alegadamente ilustre ou promova homossexualidade fosse proibida até às 22h. Isto significa que episódios da série ‘Friends’, ‘Uma Família Muito Moderna’ ou filmes como ‘Filadélfia’ não possam ser emitidos durante o dia.

Esta lei foi duramente criticada por treze governos de estados pertencentes à União Europeia, lote no qual não está incluído o português: segundo Ana Paula Zacarias, secretária de Estado dos Assuntos Europeus, essa decisão deve-se a Portugal ter assumido a presidência do Conselho da EU e, por isso, ter um "dever de neutralidade". Contudo, assinalou também que "a posição de Portugal é clara no que se refere à tolerância, ao respeito pela liberdade de expressão e aos direitos das pessoas LGBT+", explicando que teria assinado o documento se fosse a título individual. Recorde-se que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, assistiu ao primeiro encontro da Seleção Nacional ao lado do chefe de governo magiar, que já vem somando múltiplas acusações de desrespeito aos direitos humanos.

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