Do vestido de noiva ao copo d'água, todos os segredos do casamento de D. Maria Francisca de Bragança

Falta apenas uma semana para a infanta Maria Francisca de Bragança, de 26 anos, subir ao altar da Basílica do Convento de Mafra e fazer juras de amor eterno com Duarte Maria de Sousa Araújo Martins, de 30 anos. No dia 7 de outubro, Portugal assistirá [a TVI vai transmitir a cerimónia em direto] a mais um casamento real. O último aconteceu há 28 anos no Mosteiro dos Jerónimos. Foi naquele altar histórico que D. Duarte Pio no dia 13 de maio de 1995 jurou amor eterno a D. Isabel de Herédia, que nesse mesmo dia recebeu o título consorte de duquesa de Bragança. Os protagonistas desta união real eram os pais da duquesa de Coimbra, a atual noiva.

A nove dias do enlace, a Casa de Bragança vai revelando pormenores do que será este casamento que esteve marcado para Lisboa, mais concretamente para o Mosteiro dos Jerónimos, mas que acabou por ser deslocado para o Palácio Nacional de Mafra. A explicação para esta mudança é dada pela própria infanta em entrevista à revista ‘Caras’: "Mudámos para o Palácio Nacional de Mafra que tem mais espaço e dá para estarmos com todos os convidados. Estou supercontente porque é lindo e tem um valor histórico inacreditável. É uma honra casarmo-nos lá."

E quando se fala em convidados fala-se em mais de mil e duzentas pessoas, contando com personalidades de destaque da vida social e política nacional e internacional, incluindo membros de famílias reais estrangeiras. A presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que recebeu o convite após um jantar, já está confirmada. Curiosamente, a noiva não esconde que a família não vota nas eleições presidenciais por não concordar com uma república. "Não faz sentido", disse Maria Francisca de Bragança ao 'Expresso', que quer uma monarquia parlamentar para o nosso país. O primeiro-ministro, António Costa, figura do Governo, também já recebeu um convite para a cerimónia, só ainda não se sabe se estará presente.

VESTIDO DE NOIVA

Vamos, então, aos pormenores desta boda real. Comecemos pelo vestido de noiva, o elemento que suscita sempre o maior interesse. Luzia Nascimento terá a grande responsabilidade nas suas mãos. "Sinto-me muito bem entregue. Mesmo que quisesse fazer o vestido de noiva fora, o meu pai não me deixava. No casamento tem de ser tudo nacional. Na verdade, serão dois, um para a cerimónia e outro para a festa à noite", revelou a filha de D. Duarte Pio que foi quem sugeriu que Maria Francisca escolhesse Luzia Nascimento, uma profissional discreta e que tem um atelier de Alta Costura, em Lisboa.

"Conheço bem o estilo dela, sei o que gosta de usar, então a minha cabeça começou logo a trabalhar", assume a costureira à ‘NiT’. A noiva deu-lhe total liberdade criativa o que facilitou bastante o trabalho de criar um vestido apropriado a alguém com o estatuto da infanta de Portugal. À mesma publicação, conta que demorou cerca de um mês e meio a criar "este vestido muito especial". "Comecei e acabei sem períodos de intervalo", diz Luzia Nascimento que contou com a ajuda de uma sobrinha neste tão delicado trabalho. "Não são os vestidos que mais gosto de fazer, mas esta noiva é muito especial", confessa ainda a costureira.

Sobre o modelo com a qual Maria Francisca de Bragança vai subir ao altar sabe-se que "segue uma linha muito simples", com uma silhueta princesa, cauda e poucos ou nenhuns bordados, conforme revelou D. Isabel de Herédia ao ‘Observador’. Em relação ao segundo, terá de ser "mais leve e não ter cauda" para dar "para dançar", explicou a mãe da noiva. Já em relação a joias, a terceira na linha de sucessão ao trono português vai usar um diadema de D. Amélia, a última rainha de Portugal. Usará também uma pulseira que pertenceu à rainha e que agora é pertença de um amigo da família de Bragança. Uma peça que terá adquirido num leilão.

BANQUETE DE IGUARIAS

Se 7 de outubro é o grande dia, a celebração deste amor começará logo na véspera do casamento, a 6 de outubro [um dia depois de Portugal comemorar a Implantação da República], com as boas-vindas a outros membros de casas reais europeias, com quem Francisca tem ligações familiares. "Queremos fazer um género de arraial para mostrar a nossa cultura, num ambiente mais descontraído, com um rancho, bacalhau, ovos com farinheira… ainda não está fechado", contou Maria Francisca ao 'Expresso' assumindo ainda que tanto ela como o noivo querem que esta primeira receção aos convidados espelhe aspetos tradicionalmente portugueses e a nossa cultura.

O responsável pela ementa será o chef Hélio Lourenço, que teve como linha orientadora a representação dos sabores nacionais, de acordo com declarações ao ‘Observador’. Os convidados poderão deleitar-se com carne barrosã e ostras de ria de Aveiro. Na mesa, ficarão pães portugueses, desde o de Favais ao de Valongo, complementados por queijos portugueses e frutos como pera rocha e maçã de Alcobaça, tal como azeites e, claro, doces, como por exemplo queijadas de Sintra e gelados. No cocktail, servido na Escola de Armas, no Palácio Nacional de Mafra, estarão disponíveis pastéis de nata, pastéis de bacalhau, croquetes com carne, choco frito com mousse de aneto e empadinhas de cogumelos silvestres. Finalmente, para o copo-d’água, que decorrerá em Sintra, na casa dos duques de Bragança, o menu é composto por arroz caldoso carolino, vitela barrosã e cheesecake. Haverá ainda opções vegetarianas, vegan e sem glúten para os convidados que delas necessitem: chili de abóbora, ravióli de cogumelos com creme de soja e bolo de chocolate vegan.

BOLO DE NOIVA

"O bolo sou eu que faço questão de oferecer ", revela o chef Hélio Loureiro, que também será o responsável pela ementa do arraial de dia 6 de outubro, e do jantar de dia 7, em Sintra, como já referimos. Haverá dois bolos de noiva. Um será para os populares que estarão no exterior do Convento de Mafra para ver os noivos e os convidados. O segundo, é, evidentemente, para todos os amigos e familiares de D. Maria Francisca e de Duarte Martins. Também aqui haverá a preocupação de prestar uma homenagem ao nosso país: "É inspirado na filigrana de Gondomar", realça o conhecido chef ao ‘Observador’. "Sei que diz muito à família real e sei que a infanta gosta destas tradições. Estar presente um elemento tão português, para quem vem de fora, também é interessante", considera Hélio Loureiro.

D. Isabel de Herédia com o filho Dinis Flash

Flash

Velório de D. Henrique de Bragança Flash

Velório de D. Henrique de Bragança Flash

Velório de D. Henrique de Bragança Flash

Velório de D. Henrique de Bragança Flash

Velório de D. Henrique de Bragança Flash

Velório de D. Henrique de Bragança Flash

O bolo de noiva da filha de D.Duarte Pio de 150 quilos terá um recheio de nozes, mas não se pense que apesar da experiência e do talento do chef tudo será muito simples. Admite que será "complexo do ponto de vista da decoração", mas argumenta: "Resulta muito bem porque é branco por cima de branco", diz. "Vai ser trabalhado com uma cobertura em glacê real (ou royal frosting), uma mistura de açúcar em pó, creme tártaro, sumo de limão e claras de ovo. A base, prateada, também conta com alguns artefactos alusivos à filigrana", lê-se no ‘Observador’.

QUEM É A NOIVA?

Maria Francisca de Bragança cresceu longe dos olhares do público e das redes sociais. Só em novembro de 2017 o seu nome saltou para a ribalta, quando foi apresentada à sociedade. A filha de D. Duarte Pio e de D. Isabel de Herédia foi uma das 20 debutantes da 25.ª edição do Le Bal, no ‘Hôtel The Peninsula’, em Paris. Só uma pequena elite mundial tem o privilégio de debutar neste baile parisiense que, segundo a revista ‘Forbes’ é "um dos 10 melhores eventos sociais do mundo".

Na altura, a infanta de Portugal disse à revista francesa 'Point de Vue' [publicação que, em 2014, considerou a jovem portuguesa um dos melhores partidos do mundo] que acedeu em participar neste evento quando descobriu que três primas suas também iriam ser apresentadas à sociedade: Charlotte do Luxemburgo, Natasha d'Arenberg e Maria Pia de Jong. A beleza e a elegância de Maria Francisca não deixaram ninguém indiferente. Sofisticada e muito sorridente, a infanta usou um vestido assinado por Laurinda Farmhouse, a mesma estilista que desenhou o vestido de casamento da sua mãe, D. Isabel de Bragança. 

À época, pouco se sabia sobre Maria Francisca. Apenas que frequentava o curso de Comunicação Social e Cultura da Universidade Católica, em Lisboa, que vivia durante a semana num apartamento na zona do Chiado e só regressava à casa de família, em Sintra, aos fins de semana. Além disso, também era do conhecimento público que havia trocado Lisboa por Roma, cidade que escolheu para fazer Erasmus. Depois deste evento internacional, em que tanto se falou da filha de D. Duarte Pio e de D. Isabel de Bragança, a infanta voltou a "cair no esquecimento".

Até o seu casamento ter sido anunciado pelo pai nas redes sociais. Este anúncio virou (de novo) todas as atenções mediáticas para Maria Francisca. Rapidamente o país queria saber quando se realizará a próxima boda real? Quem é o noivo da infanta? Mas, especialmente, o interesse centrou-se na jovem noiva. Nascida no dia 3 de março de 1997, a infanta é a segunda de três filhos dos duques de Bragança. Na linha de sucessão ao trono de Portugal, a duquesa de Coimbra [título que lhe foi concedido em 2018] está em terceiro lugar depois do seu irmão mais velho, D. Afonso, príncipe da Beira e do seu irmão mais novo, D. Dinis, duque do Porto.

QUEM É O NOIVO?

Consagrada a Nossa Senhora da Conceição no dia do seu batismo, a infanta de Portugal foi pedida em casamento no início do mês de dezembro, como comunicou o duque de Bragança. "Sua Alteza e o Senhor Duarte de Sousa Araújo Martins ficaram noivos em Timor, no início deste mês. A Infanta D. Maria Francisca informou Suas Altezas Reais os duques de Bragança e outros membros próximos da sua família". Mas quem é o homem que conquistou o coração da duquesa? Cinco anos mais velho do que Maria Francisca, o futuro genro dos duques de Bragança nasceu no dia 14 de maio de 1992, em Lisboa. Duarte de Sousa Araújo Martins é filho de Pedro Martins e D. Maria do Carmo de Sousa Araújo e ainda neto do arquiteto e pintor de arte sacra João de Sousa Araújo. Licenciou-se em Direito pela Universidade Católica de Lisboa, onde conheceu a infanta, e é advogado especializado em mercados de capitais, fusões e aquisições na sociedade Uría Menéndez – Proença de Carvalho.