Família de Pinto da Costa de candeias às avessas! Irmãos não se entendem e filho de Alexandre deixou de falar ao pai
Pinto da Costa pediu-lhes paz, mas já nas cerimónias fúnebres os filhos andavam crispados e o entendimento será difícil para irmãos, que sempre estiveram mais distantes do que outra coisa qualquer. Para completar o cenário de uma família desavinda, o neto do antigo presidente cortou relações com o pai, Alexandre, e há ainda a última mulher, Cláudia, cujas regalias destinadas em testamento podem não ser bem acolhidas.Depois da morte de Pinto da Costa, os dois filhos, Alexandra e Joana, enfrentam agora um momento particularmente desafiante. Por um lado, ainda ecoará nas suas cabeças as últimas palavras do pai, que lhes pediu que fossem unidos e não se desentendessem em relação às partilhas, por outro debatem-se com os problemas inerentes a uma irmandade que se desgastou muito nos últimos anos e os deixou em pólos opostos, o que até foi visível no último adeus a Pinto da Costa.
Conta quem esteve na missa de homenagem e no velório que os dois irmãos nunca demonstraram qualquer sintonia na dor, sendo até visível, em diversos momentos, uma crispação entre ambos. Os dois sempre tiveram uma relação complexa e até de alguma rivalidade. Filhos de mães diferentes - Joana é fruto do casamento com Filomena Morais e Alexandre nasceu da primeira união do pai com Manuela Carmona - ao longo da vida foram várias as vezes em que se travaram de argumentos e o facto de Pinto da Costa se ter desentendido várias vezes com o filho, cortando mesmo relações com Alexandre, também não ajudou.
Certo é que Joana nunca se reviu na postura do irmão, que tantas vezes condenou, principalmente o facto de guiar as suas relações essencialmente por interesses económicos. E a demora em fazer as pazes com o pai, numa altura em que este já estava gravemente doente, numa fase terminal do cancro, também deixaria Joana e outros elementos da família tristes, por se aperceberam do sofrimento que isso causava a Pinto da Costa, que no seu livro 'Azul até ao Fim', demonstrou a sua tristeza pela zanga com o filho, falando, no entanto, sempre de Alexandre com amor e afeto.
"O Natal deste ano (2023) foi para mim triste porque faltou o meu filho que, por motivos de lana-caprina (insignificantes) se afastou de mim. Foi uma mágoa sempre presente", escreveu.
Todas estas questões deixaram, aliás, Alexandre cada vez mais isolado no seio da família. Nas cerimónias fúnebres do pai, este mostrou-se essencialmente ao lado da mãe, Manuela Carmona. O filho, Nuno, também lá esteve, mas a verdade é que este também está distante do pai, com quem cortou relações. "O filho não fala com o Alexandre e no funeral foi das pessoas que tiveram uma postura mais digna, estando sempre ali ao lado da Cláudia (Campo - última mulher de Pinto da Costa). Mostrou ser um homenzinho, tinha uma grande adoração pelo avô, mas com o pai é complicado", diz uma fonte, acrescentando que nos últimos eventos em que a família se mostrou unida pelo antigo presidente portista, Alexandre esteve sempre à margem. "Por exemplo, ele esteve no jantar de aniversário do pai (a 28 de dezembro), mas não se juntou à fotografia de família. A relação entre todas as partes é muito tensa".
Pinto da Costa conhecia melhor do que ninguém o feitio dos filhos e, consciente de que muito provavelmente entrariam em choque por causa do dinheiro das partilhas, pediu-lhes moderação, deixando mesmo o assunto por escrito no seu livro. "Neste momento, duas preocupações enchem a minha cabeça e o meu coração. Na minha falta, como será o relacionamento dos meus filhos? Como se vão entender na divisão dos meus bens? Já lhes lembrei o que a minha querida mãe nos dizia, a mim e aos meus irmãos: 'Entendam-se, senão metade do que vos deixo será para os tribunais e advogados.' Sábias palavras, que todos seguimos, e tudo dividimos sem o mínimo atrito", fez saber, revelando que o assunto o apoquentava nos últimos tempos.
Sem aquele que, em tempos foi o único fator de união entre os dois, os mais próximos temem que as coisas descambem por causa das partilhas, onde há ainda que ter uma terceira pessoa em conta nesta equação: Cláudia Campo. Apesar de a idade que Pinto da Costa tinha quando se casaram (85 anos) a excluir automaticamente da lista de herdeiros legais, a verdade é que o portista fez questão de a contemplar em testamento, retribuindo a generosidade da banqueira, que, como o próprio disse, lhe trouxe alegria à reta final da vida, tornando o pesadelo do cancro um pouco menos doloroso.
Cláudia tornou-se aliás consensual na família de Pinto da Costa, reunindo como praticamente nenhuma outra companheira a simpatia de todos. O que não quer dizer que as coisas não mudem de figura agora que o antigo presidente dos dragões faleceu.
Novos e diferentes tempos que a família enfrenta agora, completamente repartida, com os irmãos a terem de chegar a um entendimento difícil, evitando um desfecho crítico de luta em tribunal pela herança.