Noitadas, (bons) negócios e o amor a Cristina Ferreira. Como os anos na TVI marcaram João Cotrim Figueiredo... e acabaram com o seu casamento
O candidato à Presidência da República abre o livro sobre o divórcio com Patrícia Poppe, mãe dos seus quatro filhos. "Ainda hoje o considero um dos grandes fracassos da minha vida", confessa na autobiografia 'Porque Sou Liberal', reconhecendo a mágoa de que a missão política e a vida pública o levaram ao falhanço de poder vir a ser, tal como o Presidente Marcelo, mais um Chefe de Estado sem Primeira Dama. Mas afinal o que destruiu o casamento? Para isso é preciso recuar aos tempos da TVI...Foi o homem que levou o reality show 'Casa dos Segredos' para a TVI em 2010 e é também um dos homens que guarda um dos maiores segredos na casa onde foi Diretor Geral, durante pouco mais de ano e meio, em substituição do demissionário José Eduardo Moniz. Falamos de João Cotrim de Figueiredo, hoje com 64 anos de idade e candidato à Presidência da República, mas à data dos factos com 49.
The Mag by FLASH! foi investigar o que se terá passado no "verão
quente" de 2010, aquele que ditou o fim de um casamento de 23 anos com a
psicóloga luso-austríaca Patrícia Scheimpflug Poppe, com quem tinha casado a 17
de junho de 1987, em Setúbal, após seis anos de um namoro com muita distância
geográfica - ele a cursar economia em Londres, ela a estudar sobre os mistérios
da mente em Viena, na Áustria.
Numa entrevista recente ao programa 'Júlia', na SIC, Cotrim de Figueiredo desvendou um pouco, muito pouco, da sua intimidade familiar. Quis, em especial, explicar que, depois do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, ele, se for eleito, será o segundo Chefe de Estado sem Primeira Dama no Palácio de Belém. E isso martiriza-o, como fez questão de sublinhar no decorrer da conversa. Divorciado e sem namorada assumida, Cotrim reagiu assim ao tema quente: "É uma coisa que me entristece bastante, por acaso. Porque tenho a noção que, se calhar, dos vários custos que pagas para estar na vida política, esse talvez seja aquele de que eu me vou arrepender mais".
E vai mais longe, identificando "culpas": 'Se calhar meti-me numa
vida pública de tal maneira que torna impossível a construção e sobretudo o
cultivo de uma relação como deve ser".
OS BONS VELHOS E FELIZES TEMPOS NA TVI
Ora vamos então recuar quinze anos e tentar perceber no que se terá
metido o génio da gestão que foi ocupar o cargo de José Eduardo Moniz, então demissionário, hoje de novo o homem do leme na TVI. Na sua
autobiografia, acabadinha de ser dada à estampa, com o título 'Porque Sou
Liberal', com a chancela da Zigurate, é o próprio João Cotrim de Figueiredo quem
conta tudo. "Haveria centenas de histórias para contar sobre o meu tempo
na TVI. Alguns gostariam de saber mais sobre a amizade que nasceu com a
Cristina Ferreira e que ainda hoje subsiste, outros sobre como me deixei
convencer a fazer de 'padrinho de casamento', na boda de Teresa Guilherme e do
meu amigo Manuel Luís Goucha, ou muitos outros episódios de cariz
picaresco", começa por escrever, em jeito de introdução, para chegar ao
ponto que lhe foi fatal em termos matrimoniais.
Vale a pena copiar o parágrafo todo que este redigiu para se entender como teve de mergulhar de cabeça nessa aventura que apelida de "tribal". "O meio da televisão é bastante tribal, no sentido em que distingue bem quem pertence e quem não pertence àquele ecossistema. No início, eu manifestamente não pertencia. E percebi que tinha de merecer a entrada na tribo, que isso iria ser um processo demorado e que nem convinha apressá-lo", confessa, para depois concluir: "Se fizesse bem o meu trabalho, se isso resultasse no sucesso da estação e, logo, das pessoas, acabaria por fazer parte da tribo. E fiz. Aliás, faço parte dessa tribo."
Tal como Marcelo Rebelo de Sousa era na altura um dos principais rostos da estação de Queluz de Baixo como comentador político, João Cotrim de Figueiredo diz vestir ainda a pele daquela estação. "A televisão é algo que se entranha e que nunca mais nos deixa: uma vez pessoa da televisão, para sempre pessoa da televisão. Tenho saudades da TVI e tenho muitas saudades das pessoas amigas que lá deixei", remata.
O ex-Diretor Geral entrou pela primeira vez nas portas da empresa em abril de 2010 e abandonou o cargo em outubro de 2011 em guerra com os acionistas espanhóis da Prisa, detentora em Espanha de títulos como o jornal 'El País', porque lhe queriam sugar do orçamento para 2012 os lucros do grupo televisivo português, tentando tapar assim os buracos financeiros do mega falido gigante editorial congénere no país vizinho.
MAS AFINAL QUANDO É QUE SE DIVORCIOU?
Recorde-se que entre 2010 e 2011 foi um virote de casa e descasa ou separa na TVI. João Cotrim de Figueiredo separa-se da mulher Patrícia, deixando os filhos Catarina, então com 21 anos, João com 18, Marina com 16 e Miguel com apenas 8, em casa com a mãe, embora hoje Miguel seja o único a partilhar apartamento em Cascais com o pai.
Na sua autobiografia, o candidato presidencial assume que se divorciou em 2010, mas na prática, e depois de a The Mag ter consultado os registos oficiais, em 2010 Cotrim apenas se tinha separado de facto da mulher Patrícia Poppe e deixado o lar. O divórcio só foi oficialmente declarado no assento de nascimento do candidato a Presidente a 24 de outubro de 2012.
Sobre a culpa do divórcio, Cotrim de Figueiredo também não se escondeu nas páginas da sua autobiografia. Sucinto, em apenas um parágrafo, remata o tema e assume tudo. "O nosso divórcio em 2010 (...) ainda hoje o considero um dos grandes fracassos da minha vida. Sem negar que nas separações há sempre culpa dos dois lados, não me custa reconhecer que, neste caso, a principal responsabilidade foi minha. E mais não direi", remata.
Nesta fase de maior dor, João Cotrim e Cristina tornaram-se mais
do que patrão e subordinada: passaram a grandes amigos. Eram confidentes e apoiaram-se nas adversidades
sentimentais. Não é, pois, de admirar que a relação próxima entre Cristina Ferreira e Cotrim de Figueiredo sempre tenha despertado curiosidade e sido alvo de especulações. Quando trabalhava na SIC, em outubro de 2019, a
apresentadora recebeu o então recém-eleito deputado único da Iniciativa Liberal
(IL) e revelou ter com este um grau de amizade e intimidade que o público
desconhecia por completo.
Mas afinal tudo não passava da 'friend zone'. No final da conversa, enquanto o
público no estúdio batia palmas, João Cotrim de Figueiredo abraçou Cristina e
sussurrou-lhe algo ao ouvido que a apresentadora partilhou mais tarde:
"Acabou a conversa num abraço e a sussurrar-me 'amo-te muito'. Há pessoas
que entram na nossa vida para não mais sair", 'matou' Cristina o assunto nas
suas redes sociais.