Quem tramou Cristiano Ronaldo? O trono de Manchester já era e o futuro escreve-se com outras promessas

Primeiro vamos contextualizar o estado em que estão as coisas: o Manchester United é 8º classificado na Premier League, a 12 pontos do líder Chelsea e ainda estamos a um mês do Natal. Mais: nos últimos 5 jogos o United perdeu 4 e em 3 deles foi goleado. E o futuro não se prevê menos cinzento, já que no domingo a deslocação é precisamente à casa do Chelsea. Teme-se o pior.

Das duas uma, ou Cristiano Ronaldo consegue mais uma vez carregar a equipa às costas e vencer a formação de Londres ou em caso de novo desaire é o adeus antecipado ao sonho de conquistar o campeonato. E pode ser o princípio do seu fim no clube.

As coisas para já correm melhor na Liga dos Campeões e no último jogo em Villarreal, Cristiano mostrou como não desaprendeu de marcar golos em Espanha. E fez questão de se gabar disso na flash interview, zona onde quando perde ninguém lhe coloca a vista em cima.

RASPANETE NO BALNEÁRIO

Aos 36 anos, Cristiano Ronaldo mantém vivas todas "as ganas" de vencer títulos, mas este regresso a Old Trafford pode ter sido um passo errado, ou uma espécie de remate por cima da barra em vez de um pontapé certeiro para o fundo das redes. O capitão da seleção portuguesa joga e "tenta fazer jogar", como se diz em futebolês, mas a equipa não corresponde. Nem Bruno Fernandes tem conseguido estar à altura.

No final da humilhante derrota por 4-1 com o Watford, clube que em tempos já pertenceu a Elton John, a paciência acabou aos donos do United - a família Glazer - e quando isso acontece como não se podem mandar meia dúzia de jogadores embora, despede-se o treinador. Mas neste caso os americanos tinham razão em fazer as contas a Ole Gunnar Solskjaer, que já não era solução para o problema. E a antiga glória do clube regressa à Noruega com 9 milhões de euros no bolso.

No final desse jogo Cristiano Ronaldo terá puxado dos galões de capitão e estrela maior do balneário e dado uns berros valentes aos seus colegas. Segundo revelam os jornais britânicos CR7 exigiu "compromisso" aos jogadores e mostrou "o seu choque" com o estado atual do clube. "Vocês estão mal habituados com muitas facilidades. Este não é nível do United", terá dito na cara de todo o plantel. A resposta foi silêncio.

PESCOÇO NO CEPO

Doze anos depois de sair para o Real Madrid, Cristiano tenta neste regresso ao local onde já foi muito feliz ser a faísca que faça despertar de novo o clube para as conquistas. Mas não está a ser fácil. Se ainda tem poder dentro do balneário, fora dele o seu estatuto de melhor do mundo parece servir de pouco.

Cristiano terá confidenciado a pessoas importantes do United quem deveria ser a escolha para próximo treinador. Os jornais encheram-se de alternativas - Zidane, Brendan Rodgers, Laurent Blanc e Julen Lopetegui - mas CR7 indicou o selecionador espanhol Luis Enrique, que conhece bem dos embates contra o Barcelona, como a pessoa capaz de devolver a magia ao "Teatro dos Sonhos" que é o estádio Old Trafford.

Mas os responsáveis do clube inglês não parecem inclinados em fazer a vontade a Cristiano. Antes pelo contrário. Podem mesmo sacrificar o "golden boy" à vista de todos. Se o próximo treinador do clube for Brendan Rodgers (atualmente no Leicester) o norte-irlandês vai despedir Ronaldo no final da época, se não já em janeiro. E porquê? Bom, porque o treinador quer criar alicerces para uma equipa de futuro e a idade no passaporte de Cristiano não é compatível com este projeto. Mesmo que seja o melhor do United. Mesmo que seja o melhor em Inglaterra.

"Ele é o melhor. No futebol contam os resultados. Se por um lado a equipa não está a ter os resultados esperados, por outro lado o Cristiano Ronaldo tem sido um dos melhores da equipa. Posto isto, não entendo as críticas", disse... Luís Figo, que raramente se pronuncia sobre Cristiano, reconhecendo que o português tem sido saco de pancada em Manchester.

Enquanto não há novo treinador, a equipa vai a jogo sob o comando interino de Michael Carrick, outra antiga estrela do clube, fã incontestável de Ronaldo, com que partilhou o balneário sob o comando do mítico Alex Ferguson. Mas isso vale o que vale. E se Ronaldo já foi o rei de Manchester, qualquer dia arrisca-se a trocar o trocar o seu lugar no trono por um no cadafalso.

O FUTURO EM LISBOA?

Cristiano Ronaldo não regressou ao United para ficar fora da corrida dos títulos e da Champions. E se não for convidado a sair - até porque a massa salarial do clube aumentou 25% com a sua chegada - pode ser mesmo ele a colocar um ponto final nesta aventura nos reds devils... piscando o olho ao outro gigante de Manchester, o City, que já esteve perto de o contratar no último verão. Ronaldo quer continuar a jogar na Liga dos Campeões onde é o maior marcador de sempre e caso o United fique afastado da Champions na próxima temporada, então CR7 tem "razões" para procurar outro clube. Nem que seja o vizinho rival.

Mas há mais por onde escolher. Outra hipótese seria o regresso ao Real Madrid, onde marcou 450 golos em 438 jogos pelos merengues. E depois surgem os tentadores euros do árabe Nasser Al-Khelaïfi, dono do Paris Saint-Germain, cujo adeptos iriam adorar ver CR7 ao lado de Messi, Neymar e Mbappé.

Por fim, a escolha do coração, a que iria deixar Dolores Aveiro a explodir de alegria: o regresso ao Sporting. Aqui sim seria voltar a casa, ao clube que o formou como homem e o lançou para o futebol mundial. E será de todo impossível?

Georgina, grávida de gémeos, iria gostar de criar os filhos do casal em Lisboa, onde possuem a penthouse mais cara do País.