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Sexy, provocadora, com bailarinos desnudos e corpos crucificados. Aí está Madonna, no novo espetáculo dos 40 anos de polémicas e canções

Cantora de 65 anos regressa a Lisboa com a sua 'Celebration Tour'. Ao longo de mais de duas horas, desfila, pela primeira vez, os seus maiores sucessos num espetáculo recheado de simbolismos, lembranças históricas, maminhas ao léu e discurso político e LGBTI. E até os seus filhos são chamados ao palco.
Por Miguel Azevedo | 02 de novembro de 2023 às 22:36
Madonna, 'Celebration Tour' Foto: getty images

Corria o ano de 1978, quando uma jovem de 19 anos de nome Madonna Louise Veronica Ciccone, nascida no Michigan, filha de uma mãe franco-canadiana e de um pai italo-americano, decidiu deixar os estudos para viajar para Nova Iorque e seguir uma carreira no mundo da dança. Tinha apenas 35 dólares no bolso, e nunca tinha andado de avião nem de táxi. "Foi a coisa mais corajosa que fiz na vida", viria a dizer. O novo espetáculo de Madonna, que passa dias 6 e 7 pela Altice Arena, em Lisboa, começa assim, sob as luzes de Nova Iorque e a projeção de imagens da cidade que nunca dorme, numa espécie de homenagem ao local que a acolheu, onde tudo começou e onde ganhou as suas forças. Na memória ficará para sempre a noite, quando ao vir de um ensaio, foi arrastada para um beco e violada por dois homens: "Esse episódio testou as minhas fraquezas".   

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Num espetáculo em que Madonna, hoje com 65 anos, começa por aparecer como uma santa negra com direito a aura de brilhantes, nada foi deixado ao acaso e tudo foi pensado em grande. O design do palco evoca a configuração do histórico bolo de casamento que serviu à atuação de Madonna na célebre cerimónia dos prémios MTV em 1984 quando esta interpretou 'Like a Virgin' (dizem que foi depois dela que a MTV e a cultura pop demoliram em definitivo os tabus sexuais na televisão). Para se ter a ideia da dimensão da coisa, os números falam por si: 80 toneladas de equipamento de produção; 3700 amperes de potência; 600 luzes para iluminar o palco e 14 holofotes só para Madonna. Conta ainda com milhares de Led's e um equipamento de iluminação circular. 

A nova digressão de Madonna, que foi formalmente anunciada no site oficial da cantora a 17 de Janeiro, que arrancou no dia 14 de Outubro na arena O2, em Londres e deverá terminar a 24 de Abril de 2024, no Palácio dos Desportos, na cidade do México, é uma verdadeira revisão da matéria dada ao longo dos últimos 40 anos. Durante o seu anúncio, a própria Madonna disse mesmo que estava a preparar o espetáculo que os fãs estavam à espera. 'The Celebration Tour' traz, de resto, dois factos inéditos à carreira da artista. É a primeira vez que a cantora faz uma digressão sem ser para promover um novo disco e é a primeira vez que faz uma digressão exclusivamente dedicada aos seus sucessos. Em palco, até os bailarinos surgem vestidos com recriações de 17 roupas originalmente popularizadas por Madonna no passado. O New York Times considerou todo o espetáculo um misto de "sexy, religioso e futurista".

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"ELA ENSINOU-NOS A DANÇAR, A EXPRESSAR, A FESTEJAR E A F***ER"

Provocador e arrebatador (como só Madonna sabe fazer), o espetáculo começa com a comediante Bob The Drag Queen, vestida de Maria Antonieta (numa homenagem aos prémios MTV em 1990) que começa por lembrar ao público as origens humildes de Madonna e aquilo que ela ajudou a mudar nos anos que se seguiram. "Ela ensinou-nos muito. Ensinou-nos a dançar, a expressar, a festejar e a f***er".

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Ao longo de mais de duas horas, vê-se aparecer uma versão 'avatar' de Madonna, assiste-se a muitas danças insinuantes, há discurso político, uma homenagem a Michael Jackson, em que 'Billie Jean' se funde com 'Like a Virgin' e, como já vem sendo hábito, uma critica à Igreja através daquilo que pode ser entendido como a gaiola do catolicismo (dançarinos seminus, usando tangas e máscaras de couro, surgem pendurados, como se estivessem crucificados dentro das janelas de um carrossel). Há também uma homenagem sentida à comunidade LGBTI da qual a cantora tem sido uma aliada desde sempre (no espetáculo projetam-se os rostos de muitas pessoas que foram afetadas pela SIDA, incluindo Christopher Flynn, o primeiro professor de dança de Madonna). 

Recorde-se que este espetáculo, devolve Madonna aos palcos depois de um grave episódio de saúde que a afetou em junho passado e que a levou a adiar toda a digressão por causa de uma infecção bacteriana que muitos temeram poder representar o seu final. "Esqueci cinco dias da minha vida ou da minha morte", disse no concerto de arranque desta digressão, em Londres. "Eu realmente não sei onde estava, mas os anjos protegeram-me. Tenho que estar ao lado dos meus filhos e sobreviver por eles", afirmou ainda antes de começar a cantar 'I Will Survive' de Gloria Gaynor.

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Madonna Foto: Instagram
Madonna Foto: Instagram
Madonna Foto: Instagram
Madonna Foto: Instagram
Madonna Foto: Instagram
Madonna Foto: Instagram
Madonna Foto: Instagram

O espetáculo tem recebido os mais rasgados elogios, sendo para a grande maioria da imprensa que assistiu ao seu arranque mais do que um espetáculo de grandes hits. Para a Reuters é uma prova de "carisma e energia" da rainha da pop. Todo ele está carregado de simbolismos, sendo quase uma viagem documental por 40 anos de música pop. Alguns dos maiores nomes da alta costura como Donatella Versace ou Jean Paul Gaultier (os famosos soutiens cónicos não podiam faltar) foram mesmo chamados para dar vida aos figurinos de Madonna em palco.

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DE VOLTA A LISBOA, OU SEJA, A CASA

Vale a pena lembrar, finalmente, que esta 'Celebration Tour' assinala o regresso da cantora a Lisboa, cidade onde escolheu viver entre 2017 e 2020 e onde se inspirou para escrever parte do seu disco 'Madame X'. De volta à capital do fado onde conheceu Celeste Rodrigues ou Gaspar Varela, entre outros, Madonna regressa também com os filhos, eles que desde o início desta digressão têm sido chamados ao palco para fazer parte do espetáculo, incluindo Lourdes Leon.

Nos primeiros concertos de 'Celebration Tour' (Inglaterra e Bélgica) já se viu Mercy a tocar piano de cauda em 'Bad Girl', David a tocar guitarra em 'Mother and Father' e Estere, de 11 anos, a subir ao palco durante 'Don't Tell Me'. E porque não podemos falar de um concerto de Madonna sem falar das canções, aqui fica o alinhamento do concerto de dia 14 de Outubro, na O2, em Londres. O de Lisboa não deverá ser muito diferente. 

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PARA OS INTERESSADOS: ESTE É O ALINHAMENTO DE CELEBRATION TOUR

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. 'It's a Celebration' (vídeo de introdução)

. 'Nothing Really Matters'

. 'Everybody'

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. 'Into de Hollywood Groove'

. 'Burning Up'

. 'Open Your Heart'

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. 'Holiday'

. 'In This Life'

. 'Live To Tell'

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. 'Like a Prayer' (inclui elementos de 'Girl Gone Wild', 'Act of Contrition', 'Unholy' e 'Let's Go Crazy')

. 'Blond Ambition (inclui elementos de 'Living For Love', Fever', 'Erotica' e 'Justify My Love')

. 'Hung Up'

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. 'Bad Girl'

. 'Ballroom'

. 'Vogue'

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. 'Human Nature'

. 'Crazy for You'

. 'The Beast Within'

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. 'Die Another Day' 

. 'Don't Tell Me'

. 'Mother and Father'

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. 'Little Star' (a capella)

. 'I Will Survive'

. 'La Isla Bonita'

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. 'Don't Cry For Me Argentina'

. 'I Don't Search I Find'

. 'Bedtime Story'

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. 'Ray Of Light'

. 'Rain'

. 'Like a Virgin' (inclui elementos de 'Billie Jean', 'The Way You Make Me Feel' e 'Angel'

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. 'Bitch I'm Madonna'

. 'Celebration'/ 'Music'

 

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