Zangas, inércia, adultério e vinganças! Como Felipe VI, Letizia e Juan Carlos podem fazer cair a Coroa
Nunca a monarquia em Espanha esteve tão fragilizada como agora sendo 2023 um 'annus horribilis' para os Borbón. Quezílias familiares, traições e retaliações podem precipitar um divórcio, uma abdicação e uma subida ao trono prematura e impreparada. Os culpados são três!
O ano 2018 foi considerado o ‘annus horribilis’ de Letizia. A zanga pública com a sogra, a rainha emérita Sofia, na catedral de Palma de Maiorca é um ano de má memória para a mulher de Felipe VI. Só que nada se compara a este final de 2023. A antiga jornalista da TVE está a ser envolvida num mega escândalo que arrasta o seu nome para a lama. É acusada de ter traído o marido com um homem que foi seu cunhado. Letizia ainda não veio a público dar qualquer explicação ou defender-se dos ataques de Jaime del Burgo, o seu suposto ex-amante, nem negou, em absoluto, as revelações feitas pelo livro de Jaime Peñafiel, ‘Letizia y Yo’, que em poucas semanas já atingiu o top de vendas no país vizinho, tal é a curiosidade que os espanhóis sentem em saber pormenores mais sórdidos do passado da rainha.
Este é sem dúvida o maior dos escândalos que alguma vez manchou o casamento de Letizia e Felipe VI. Atenta contra a honra da rainha. Honra essa que o próprio ex-cunhado vem destruir com duas partilhas na rede social X – antigo Twitter – mas que, entretanto, apagou. Numa dessas partilhas o empresário dava a cronologia da relação amorosa com a ex-cunhada: "A relação amorosa durou entre 2002 e 2004". Esclarece ainda: "Amigos e confidentes, de 2004 a 2010; Relação amorosa, duradoura e continuada, 2010 e 2011; como cunhados, 2012 a 2016". Del Burgo publicou ainda uma fotografia antiga da antiga jornalista da TVE que pertencerá ao seu álbum pessoal e que lhe terá sido enviada via telemóvel pela rainha.
LETIZIA ESTÁ DE RASTOS
Del Burgo já regressou às redes sociais e começa por dizer: "Não mudo uma vírgula dos meus posts eliminados. Agradeço as mensagens dos que entenderam que tinha as minhas razões. Não guardo rancor aos que me ameaçaram de morto. Não me sinto orgulho. Mas a verdade é a que é. Reconheço apenas um só rei, está no céu e chama-se Jesus de Nazaré. Ele me julgará." De seguida, promete contar toda a "verdade" sobre este suposto caso de adultério por parte da rainha: "A verdade sairá, provada, documentada. Compete-me a mim contá-la e aquele que se sinta injuriado que recorra aos tribunais, é para isso que existem. Os espanhóis têm direito a conhecer quem nos representa por herança ou eleição", ameaça o empresário que foi casado com Telma Ortiz, irmã de Letizia.
A rainha vive dias de muita tensão, ansiedade, humilhação e, consequentemente, de muita vergonha pública. Mesmo fazendo das "tripas coração" sempre que aparece em qualquer evento oficial e esforçando-se por parecer o mais normal e descontraída possível, é sabido – e conhecendo-se os principais traços da sua personalidade – que Letizia está em sofrimento. A sua imagem, que tanto prezava, foi manchada e dificilmente conseguirá alguma vez fazer esquecer a suspeita de que é uma mulher adúltera que não merece estar no lugar que alcançou através do seu casamento. Parte da moral que exibia desvaneceu-se da noite para o dia. Foi como que por água abaixo. Além disso, ainda há todo o mal que todas estas revelações de Jaime del Burgo causaram ao seu casamento. Será que é mesmo verdade que Felipe VI só tem duas alternativas perante todo este escândalo? Dizem os especialistas em assuntos da realeza que ao monarca só resta divorciar-se de Letizia ou abdicar a favor da filha, Leonor. Estará a jovem preparada para assumir os seus deveres de princesa herdeira? E mesmo que não esteja, será esta a única forma de salvar a coroa?
JUAN CARLOS NUMA CRUZADA CONTRA A NORA
Coroa essa que foi "ferida de morte" por Juan Carlos. Se hoje a imagem da monarquia está como está e caiu tanto em descrédito entre a maioria dos espanhóis, ao rei emérito se deve. Não a Letizia, mesmo que este escândalo seja de facto muito grande. Só que no caso da rainha consorte o problema resume-se a uma questão conjugal. Com Juan Carlos as coisas "piam bem mais fino". Não são as suas imensas amantes - que marcaram todo o seu longo casamento – que levaram a que parte do povo, que até simpatizava com a família real e olhava com olhos benevolentes para a monarquia, agora se mostre a favor da república querendo assim ver os Borbón fora do trono e acabar definitivamente com a instituição. As acusações feitas ao rei emérito - e que o levaram ao exílio forçado nos Emirados Árabes Unidos – são bem mais graves do que simples enleios de cama. Tem a ver com dinheiro, muito dinheiro. O pai de Felipe VI (que já era rico) terá enriquecido (ainda mais) de forma ilícita. Além disso, tem às suas costas outros crimes como evasão fiscal, tráfico de influência e corrupção.
Letizia, que sempre apontou o dedo ao sogro e que aproveitou todas as oportunidades para se vingar dele, é tida como a responsável por todas as consequências jurídicas, políticas e familiares que Juan Carlos teve que arcar pelos seus atos pouco dignos. Pouco dignos especialmente para um homem que ocupava o lugar que ocupava na hierarquia do poder em Espanha. Abandonado e repudiado por muitos – especialmente pelo filho, pela nora e pelas duas netas, a princesa Leonor e a infanta Sofia – o rei emérito continua, contudo, a ter muito poder. Tem muitos amigos importantes e influentes e continua a mexer os seus cordelinhos nos bastidores. É, por isso, que a teoria de que é Juan Carlos que arquitetou tudo o que está a acontecer à ex-jornalista da TVE ganha cada vez mais força.
FELIPE, O PASSIVO
Quer isto dizer que a monarquia espanhola está à beira do colapso por toda esta guerrilha familiar. Pela ânsia de vingança que tanto Letizia como Juan Carlos alimentam um contra o outro. Felipe, por sua vez, parece não ter mão. Mostra-se incapaz de gerir este imenso "terramoto" que sacudiu forte o Palácio da Zarzuela. Não consegue colocar limites à mulher. Não consegue controlar a família. Não se consegue impor ao pai. Há quem o acuse de ser culpado do estado a que chegou a monarquia. Pela sua inércia.
Mas há mais. Felipe VI também se vê no meio do furacão político que Espanha tem vivido nos últimos tempos. O país tem enfrentado um imenso descontentamento do povo e é essa a razão das múltiplas manifestações contra continuidade de Pedro Sanchez no governo. Exigia-se que o rei tivesse uma outra postura perante a instabilidade política. Felipe mostra que está longe de ter a coragem que o seu pai teve no passado quando foi o baluarte da democracia e mostrou ter pulso quando o país também viveu uma enorme crise política. Isso é algo que os espanhóis não esquecem e reconhecem o papel determinante que o antigo monarca teve na História do país. Ao contrário de Felipe, que não se sabe ainda qual será a imagem - por mais simpática que seja a sua figura - que deixará para o futuro.