
Foi a 1 de novembro de 2011, na Praia do Norte, na Nazaré, que o surfista norte-americano Garrett McNamara colocou definitivamente Portugal na história do surf mundial, depois de enfrentar com sucesso uma onda gigante de 23 metros e 77 centímetros - à época a maior onda do mundo - entrando diretamente para o Guinness World Records.
A projeção mundial do recorde de McNamara colocou Portugal e a Nazaré "nas bocas do mundo" e a antiga vila piscatória passou a receber os maiores campeonatos internacionais de surf - sem esquecer o Big Wave Challenge - e milhares de turistas amantes da modalidade, desde profissionais a curiosos.
McNamara tornou-se um verdadeiro "embaixador" da Nazaré, elogiando o nosso país e o mar português - não só daquela zona mas também dos Açores, por exemplo - nas mais variadas entrevistas nos EUA e no documentário da HBO '100 Foot Wave', tendo inclusivamente levado o famoso jornalista Anderson Cooper a conhecer o canhão da Nazaré.
Quando lhe perguntam qual é uma das coisas que mais gosta de ouvir, o surfista responde: "Quando me dizem 'obrigada por tudo o que fizeste por Portugal'".
De notar que, dois anos mais tarde, McNamara viria a quebrar o seu próprio recorde graças a uma monstruosa onda de 30 metros... também na praia na Nazaré.
COMO A NAZARÉ MUDOU
A Nazaré sempre foi um destino popular de férias na praia nos meses de Verão, mas, desde McNamara, a vila passou a receber visitantes o ano inteiro, o que veio impulsionar a economia local de uma forma nunca antes vista.
As indústrias da restauração e hotelaria sofreram um desenvolvimento sem precedentes e até as casas se tornaram mais caras, sendo muito procuradas por estrangeiros. "A habitação está a crescer a mais 10% ao ano", afirmou à TVI Lino Bogalho, do armazém Ondas Gigantes.
"Desde o recorde do mundo que o Sítio da Nazaré passou a ser romaria de pessoas de todo o mundo" revelou Pedro Pisco, um dos responsáveis do Centro de Alto Rendimento da Nazaré, que se destina a estágios e treinos de surfistas e atletas de outras modalidades de mar.
"Passado 10 anos [A Nazaré] não tem nada a ver com aquilo que era", afirmou ainda Jorge Barroso, ex-presidente da Câmara da Nazaré. "Passámos a ter pessoas o ano inteiro, o mundo inteiro na Nazaré", acrescentou Lino Bogalho.