
Quando o príncipe Harry e Meghan Markle anunciaram em janeiro de 2020 que iam seguir uma vida independente da família real britânica, e, por isso, sem recorrer aos orçamentos da casa real, aconteceu um alvoroço nas contas do duque e da duquesa de Sussex, com ofertas de todos os lados.
O casal, entretanto, deparou-se com uma pandemia e uma série de confinamentos, problemas na criação da fundação Archewell, uma perda gestacional e uma terceira gravidez de Meghan, em que nasceu a pequena Lilibet, e vários altos e baixos na tentativa de seguirem esta nova vida "financeiramente independente".
Na famosa entrevista que Meghan e Harry deram a Oprah Winfrey, o príncipe Harry declarou que a decisão de mudar de país, comprar uma mansão em Montecito e ter os altos gastos com a sua segurança só foi possível devido à herança da princesa Diana. "Tenho o que a minha mãe me deixou e sem isso não teríamos conseguido fazer isso", afirmou. A fortuna de Diana rondava 13 milhões de libras (cerca de 15 milhões de euros no câmbio atual), divididos por William e Harry.
Nos últimos dois meses como membros séniores da casa real, Meghan e Harry ainda receberam com William e Kate 4,5 milhões de libras (5,2 milhões de euros) do ducado da Cornualha, que na altura era administrado pelo então príncipe Carlos. No entanto, parte do dinheiro adquirido pelos Sussex voltou para as contas do Estado quando eles decidiram devolver o dinheiro gasto nas obras da casa Frogmore Cottage, 2,4 milhões de libras (2,8 milhões de euros), noticiou a 'BBC'.
E a fortuna de Meghan Markle?
Segundo a 'Forbes', Meghan Markle acumulou cerca de dois milhões de dólares (1,8 milhões de euros) na sua carreira como atriz, principalmente pelo sucesso nas sete temporadas de 'Suits'.
Os novos negócios de Meghan e Harry
O principal motor de investimentos de Meghan Markle e do príncipe Harry é a fundação Archewell, que apoia projetos de mulheres empreendedoras, de cuidados com a saúde mental, e que agora envolve uma produtora de conteúdos digitais.
É em nome desta fundação que Harry e Meghan começaram a fazer viagens internacionais. Em maio, o casal foi à Nigéria, a convite do governo, e na semana passada estiveram na Colômbia, a convite da nova vice-presidente do país.
Precisamente quando Harry e Meghan estavam na Nigéria, o procurador-geral da Califórnia emitiu um aviso de incumprimento contra a instituição de caridade por não pagar uma taxa anual. Fontes disseram à imprensa norte-americana que a cobrança estava "perdida no email" e a situação foi rapidamente corrigida.
Meghan e Harry assinaram três grandes contratos quando fizeram as malas para os Estados Unidos. O primeiro foi com a Netflix, de 100 milhões de dólares (90,2 milhões de euros), que envolvia cinco anos e vários conteúdos para a plataforma de streaming. Com esta fortuna, o casal produziu o documentário 'Harry e Meghan' e 'Heart of Invictus', este último não teve o sucesso esperado.
Em abril, a Netflix anunciou mais dois projetos dos Sussex que ainda estão em andamento, um sobre "as alegrias de cozinhar, jardinagem, entretenimento e amizade" e outra sobre o alto risco do pólo profissional.
As escolhas dos Sussex, no entanto, estão cheias de polémicas. Em fevereiro, o site 'TheWrap' relatou que "os Sussex desgastaram as suas boas-vindas em Hollywood com um desejo de controle de punho de ferro, combinado com uma falta de experiência".
O segundo contrato mais lucrativo para os Sussex foi com o Spotify, de 20 milhões de dólares (18 milhões de euros), e que eles viraram as costas no ano passado depois de Meghan ter lançado o podcast 'Archetypes', uma série de 12 episódios que contou com convidadas como Serena Williams e Paris Hilton.
O terceiro maior contrato de Meghan e Harry foi o acordo com a editora Penguim Random House, cujo valor não foi anunciado, mas acredita-se que seja um dos mais lucrativos para o casal. Meghan foi a primeira a lançar um livro, 'The Bench', mas o mais esperado era o livro de memórias de Harry, 'Spare' ('Na Sombra', na edição portuguesa), que bateu vários recordes de vendas, com 1,43 milhões de cópias no dia do lançamento, superando o livro de Obama 'A Promised Land', o antigo detentor do recorde.
Harry e Meghan devem lançar mais um livro cada um nos próximos anos.
Outras fontes de rendimento
Meghan Markle investiu em dois negócios de alimentos, o primeiro foi o financiamento a uma empresa dedicada a preparados em pó para bebidas, a Clevr Blends. "Estou orgulhosa de investir no empenho de Hannah em obter ingredientes éticos e criar um produto que eu pessoalmente adoro e que tem uma abordagem holística ao bem-estar. Acredito nela e acredito na sua empresa", disse Meghan sobre a sua aposta.
A segunda empresa de alimentos é uma aventura que Meghan faz sozinha, a American Riviera Orchard, que foi anunciada em março mas que até agora não passou disso. Trata-se de uma marca de geleias, compotas e conservas, que tem site e Instagram, mas ainda não começou a ser comercializada.
Harry, por sua vez, tornou-se "diretor de impacto" da BetterUp, um serviço virtual de coaching de carreira e saúde mental, e tem aparecido como orador da empresa. Mas, segundo um ex-funcionário da empresa, as responsabilidades do filho de Carlos III na empresa incluem "zero coisas", disse o homem descontente, citado pela 'Vanity Fair', no ano passado.
Heranças da família real
Os primeiros anos de Harry e Meghan a seguir uma vida independente também foram marcados por perdas e luto do filho mais novo do rei Carlos III e Diana. Primeiro foi a morte do avô Philip, duque de Edimburgo, em 2021, depois a morte da rainha Isabel II, em 2022, que, diziam os rumores no palácio, tinha Harry como neto favorito.
Não se sabe se os avós Philip e Isabel II deixaram herança para o duque de Sussex devido a uma lei que protege em sigilo alguns testamentos da família real britânica durante 90 anos.
Nova herança entra na conta no próximo mês
O príncipe Harry deverá receber um presente chorudo no aniversário de 40 anos, já no próximo mês.
A rainha-mãe, Isabel Bowes-Lyon, quis proteger os bisnetos no seu testamento, em especial Harry, para compensá-lo do facto de o irmão, William, tornar-se multimilionário quando for rei.
"Em 1994, a rainha-mãe supostamente colocou de lado dois terços do seu dinheiro num fundo para os bisnetos uma segunda vez. Os príncipes William e Harry supostamente partilham 14 milhões de libras (16 milhões de euros) dos bens da sua falecida bisavó. A maior parte do dinheiro vai para o mais novo, dado que William vai beneficiar financeiramente quando se tornar rei", noticiou a 'BBC' após a morte da rainha-mãe, em 2002.
Esta informação foi confirmada por outros meios de comunicação britânicos, inclusive em novas reportagens de 2018. A revista 'Cosmopolitan' acrescentou ainda que este fundo da rainha-mãe ainda vai voltar a beneficiar os bisnetos quando chegarem aos 40 anos. Ou seja, em setembro de 2024, quando Harry fizer 40 anos, poderá dividir com William outros 8 milhões de libras (9,3 milhões de euros).