
A dois meses da coroação de Carlos III de Inglaterra, que será no dia 6 de maio na Abadia de Westminster, em Londres, rebenta um novo escândalo a envolver o nome de Camilla Parker-Bowles. Em Inglaterra circulam notícias de que a nova rainha estará a mexer todos os cordelinhos para impedir que Harry e Meghan Markle marquem presença na cerimónia. Mas caso não consiga os seus intentos – pois a ida do casal não está dependente da sua vontade – a mulher do novo monarca está decidida a não permitir que Archie e Lilibet Diana acompanhem os pais neste momento tão importante para a monarquia britânica.
A seu favor Camilla tem as regras do protocolo real, pois de acordo com o ‘Daily Mail’, as duas crianças – que apesar de serem netas de Carlos – não receberam convites oficiais devido à tenra idade. O menino, e muito menos a menina, tem idade para assistir a uma cerimónia tão longa e solene. Assim, caso os duques de Sussex acabem por aceitar o convite de Carlos III, é ponto assente que as crianças não estarão na abadia. Mas onde está aqui a polémica? A verdade é que a exclusão dos filhos de Harry e Meghan suscitou uma onda de críticas, uma vez que é certo que os cinco netos de Camilla Parker-Bowles receberam convites para a cerimónia. Há mais: todos eles terão um papel a desempenhar na coroação. A rainha pouco se importou com a tradição e com o protocolo real ao exigir que Lola (de 15 anos), Eliza (15), Freddy (13) e os gémeos Louis e Gus (13) segurem o dossel quando for ungida com óleo sagrado de mirra pelo arcebispo de Canterbury.
INSTIGAR CARLOS CONTRA OS FILHOS
Camilla aproveita a guerra que Harry abriu contra os Windsor para o afastar definitivamente da família. Ela faz de tudo para não ter o enteado, e a família deste, por perto. É verdade que o filho mais novo de Carlos é o principal responsável por este distanciamento. Distanciamento que se verifica agora ser muito conveniente à rainha. Ela tem feito de tudo para instigar o marido contra o próprio filho e esta afronta de não convidar as duas crianças (que é quase garantido que mesmo que fossem convidadas não iriam) é só mais uma farpa vinda da madrasta. Resta ainda realçar que Archie celebrará o seu 4º aniversário nesse mesmo dia, pelo que os duques (a aceitarem o convite para a coroação, voltamos a frisar) não poderão assinalar a data como gostariam.
E como é que é com os filhos de William e Kate Middleton? Será que George, de nove anos, Charlotte, que em maio já terá oito e Louis, que terá cinco, irão à abadia? Todos foram convidados e é provável que os príncipes de Gales levam os dois filhos mais velhos, pois o casal habituou o público a levar as crianças desde que eram bebés a praticamente quase todos eventos da casa real. Já em relação ao mais novo não há qualquer certeza, pois o pequeno príncipe é um menino muito irrequieto e é possível que fique em casa para que não se aborreça ao longo de uma cerimónia tão solene e demorada.
MANOBRA FEIA CONTRA OS PRÍNCIPES DE GALES
Mas se em relação à cerimónia, Camilla não teve poder para discriminar os filhos de Kate e William, diz-se que a rainha arranjou outra maneira de conseguir "dar um tiro no porta-aviões" contra os príncipes de Gales ao lançar para a imprensa a notícia de que o herdeiro do trono de Inglaterra estava a trair a mulher com a aristocrata Rose Hanbury. Um rumor veiculado pelos jornais e que tanta tinta tem feito correr por Terras de Sua Majestade. Diz-se que William terá celebrado o Dia de São Valentim, a 14 de fevereiro, com a amante. Recentemente, foi então revelado quem terá sido a responsável por estas notícias, ou seja, a delatora: a mulher de Carlos III.
A razão por trás desta feia "manobra" contra os duques de Gale – que se sabe agora que teria partido do gabinete de comunicação da rainha - estará a intenção de Camilla querer que os filhos tenham cada vez mais importância na organização monárquica. Dizem que os tabloides britânicos que o sonho da mulher de Carlos III que enfim conseguiu chegar onde sempre considerou ser o seu lugar, acalenta o sonho de ver Tom Parker-Bowles a ter um papel de destaque na hierarquia. A sua maior aspiração é que ele um dia fosse rei. É algo quase irreal de acontecer, mas os sonhos ainda são livres. Mesmo perante o absurdo de tudo isto, a rainha quer convencer o marido a alterar a linha de sucessão ao trono e inclua também os seus dois filhos: Tom e Laura. Há anos que este é o seu plano e há anos que ela prepara o terreno para que isso possa ser realidade. Para já, quer que os filhos tenham os seus próprios títulos nobiliárquicos e um dia mais tarde, quem sabe, sejam tratados por suas Altezas Reais. Essa sim, seria a grande e derradeira vingança contra Diana de Gales, a sua eterna rival.
UMA LONGA HISTÓRIA DE AMOR
Mas até chegar a rainha, Camilla percorreu um longo e tortuoso caminho. Caminho esse que começou há 53 anos. "Sabe que a minha bisavó [Alice Keppel] e o seu tretavô [rei Eduardo VII] foram amantes?", esta terá sido a primeira frase que Camilla Parker-Bowles disse a Carlos quando se cruzaram pela primeira vez em 1970 numa partida de polo. Ela tinha então 23 anos quando conheceu o herdeiro da coroa, que na época era um dos solteiros mais cobiçados de toda a Europa. Grace Kelly, por exemplo, acalentava o sonho de o ver casado com a sua filha, a princesa Carolina. Mas o filho de Isabel II e do príncipe Philip de Edimburgo não se deixou encantar pela beleza da monegasca.
O seu coração ficou ocupado naquela partida de polo, mal os seus olhos pousaram em Camilla Parker Bowles. Ela, por sua vez, também não mais esqueceu o príncipe de Gales, pois ao que parece a química entre eles foi imediata. Não terá sido o título de Carlos que seduziu a jovem aristocrata, mas sim, perceber o quanto ele era a sua "alma gémea". Os dois tinham os mesmos gostos, os mesmos interesses intelectuais e desportivos. Identificaram-se sobremaneira e gostavam de conversar um com o outro. O entendimento entre eles era extraordinário. Começaram a encontrar-se amiúde como que revivendo a história de amor dos seus antepassados. Mas Carlos não se decidia e tardava em pedi-la em casamento. Além disso, os seus deveres do príncipe herdeiro acabaram por interromper esta esta tórrida relação amorosa. Carlos foi chamado a cumprir o serviço militar na Royal Navy e quando regressou a mulher por quem estava apaixonado já estava comprometida com outro homem: Andrew Parker Bowles. Com quem casou em 1973.
CASAMENTO DE TRAIÇÕES
Mas este casamento não correu bem. Muitos biógrafos coincidem na opinião que a relação de 20 anos dos Parker Bowles ficou marcada por diversas traições. Para além de Camilla, que nunca esqueceu Carlos, também o marido terá mantido muitos casos extraconjugais com diferentes mulheres. A sua amizade com a princesa Ana, irmã do seu grande rival, também provocou muitos rumores e houve alguns tablóides que nem sequer hesitaram em insinuar a existência de "quadrado amoroso".
A verdade é que o casamento de Camilla não resistiu às traições e às especulações cada vez mais insidiosas. Especialmente, aquelas que começaram a ser lançadas pela princesa Diana, que, entretanto, era uma mulher amargurada e infeliz por perceber que o seu príncipe, o homem com quem se tinha casado, afinal gostava de outra mulher, que não ela. O fim do sonho de Lady Di, que acreditava que era a protagonista de um verdadeiro conto de fadas, é também o início do calvário que Camilla foi obrigada a percorrer durante várias décadas.
Passar a ser vista como "a amante" foi o pior que poderia acontecer à antiga duquesa da Cornualha. A rival de Diana teve que se resumir a um papel muito secundário. Foi prudente e discreta. Muito discreta, até. Percebeu o quanto era odiada e ficou consciente de que nunca conseguiria destronar a princesa de Gales no coração do povo. Fizesse o que fizesse, Diana sairia sempre vencedora nesta guerra. Seria sempre considerada a mais bonita. A mais elegante. A mais graciosa. A mais generosa. A mais benemérita. Enfim, seria sempre vista como a vítima e ela, Camilla, como a grande vilã. A "bruxa má" que destruiu um conto de fadas. Uma família. Mas para além da ira e do ódio do povo, a atual rainha consorte também teve de enfrentar a antipatia generalizada da família real. Isabel II, ainda que não gostasse de Diana, gostava ainda menos da amante do filho. A rainha sofreu com o divórcio de Carlos e não era o desfecho que ela desejava. Por isso, foi-lhe difícil aceitar a nova "nora".
DE AMANTE A RAINHA
Mas Carlos nunca virou costas à sua amada e ao amor que dura até aos dias de hoje. Numa atitude corajosa terá dito aos pais, a rainha Isabel e o príncipe Philip, que a relação com Camilla não era negociável. Enfrentou a própria família para defender a sua amante. Já havia desistido do amor lá atrás, no passado, aceitando casar com Diana, e não estava disposto a voltar a abdicar da sua felicidade. Apostou forte na convicção de que a mãe não lhe tiraria o trono se insistisse em manter-se ao lado de Camilla. E assim foi. Só que ela teve de se manter na retaguarda. Foi isso que a monarca exigiu e ela aceitou resignada a sua condição. E enquanto se mantinha longe dos olhares do mundo, na sombra, Diana exibia-se como se continuasse a ser a princesa de Gales, mesmo já divorciada de Carlos e a assumir novas relações.
E assim continuaria a ser caso Lady Di não tivesse sofrido aquele acidente de viação, em Paris, que lhe roubou a vida tão prematuramente e de uma forma tão trágica. Foi nesse tristemente memorável dia 31 de agosto de 1997 que se abriu o caminho de Camilla Parker Bowles. Lentamente, muito lentamente a duquesa da Cornualha começou a sair da sombra. Dois anos após a morte da mãe de William e Harry, Camilla apresentou-se pela primeira vez ao lado de Carlos. Como companhia informal, apenas. Seis anos mais tarde, ou seja, a 2005, casou com o herdeiro da coroa numa super discreta cerimónia, tal como Isabel II exigiu. Com o casamento recebeu o título de duquesa da Cornualha. O título de princesa de Gales, que pertenceu a Diana, não lhe foi dado. E aos poucos, pela sua atitude e postura, foi conseguindo cativar, primeiro, os mais próximos e, depois, o país. Foi inteligente e paciente e essa paciência ajudou-a a chegar a bom porto. Pouco antes de morrer Isabel II deixou um desejo: que Camilla recebesse o título de rainha consorte. E assim aconteceu. Camilla passou, aos 75 anos, de amante renegada a rainha consorte da mais importante monarquia do mundo.