
Se em Inglaterra, a dada altura, os protagonistas da família real podem achar-se detentores dos grandes escândalos da monarquia, é porque não olharam bem para o que se passa em Espanha que é, sem dúvida, o paraíso dos gossips reais, que não terminaram em Juan Carlos mas têm no rei emérito uma das suas grandes figuras.
Agora distante da Coroa, do seu país e exilado nos Emirados Árabes Unidos, Juan Carlos não sai das manchetes, holofotes mediáticos e tudo por causa de um grande amor, que acabaria por ser também uma das suas maiores dores de cabeça: Corinna Larsen.
Os dois, que viveram como amantes durante vários anos, estão separados desde 2019, mas isso não colocou um ponto final no falatório, pelo contrário. A rutura soltaria as amarras da alemã, que não mais se calaria na demanda de revelar os segredos reais: dos grandes escândalos de corrupção à traição que perpetuaram mesmo nas 'barbas' da rainha Sofia.
Juan Carlos tem assistido ao 'deboche' calado, resignado no conforto do seu exílio, mas na última semana disse basta e moveu uma ação contra aquela que foi sua amante, numa tentativa não só de recuperar o seu bom nome, mas também o dinheiro que um dia lhe terá entregue para guardar, na tentativa de fugir à Autoridade Tributária Espanhola, e cujo montante está fixado em 65 milhões de euros.
De acordo os especialistas em realeza do país vizinho, a história conta-se da seguinte maneira. Perante o impasse de ter de tributar uma enorme quantidade de dinheiro, Juan Carlos terá pedido à sua então mulher de confiança: "Guarda-o, que temos de resolver um problema fiscal e quando tudo estiver ok devolves-me o dinheiro", terá pedido.
Os milhões foram então depositados num banco da Suíça, mas agora há muito que foram levantados. Terão sido divididos entre três paraísos fiscais, sendo que Corinna lava as mãos sobre esse dinheiro, até porque, para justificar a transferência, este montante lhe terá sido entregue como se fosse uma doação do rei.
ANOS A VIVER COMO RAINHA
Juan Carlos e Corinna Larsen conheceram-se em 2004, numa festa dada na propriedade do duque de Westminster e há quem diga que a paixão foi fulminante e que o rei terá ficado obcecado com a alemã. Começariam então um affair, primeiro escondido, e depois à vista de todos. O rei não só ligava várias vezes a Corinna, lhe enviava flores e presentes caros como lhe estendia a passadeira vermelha do Palácio Zarzuela, ao ponto de, a dado momento, a amante ter como que o mesmo estatuto do que a rainha Sofia, a que daria início a uma crise matrimonial sem precedentes.
"Tornou-se mais uma na família e seguia os mesmos protocolos do que a rainha Sofia. Participava nas festas no jardim, estava ali com os amigos do casal. Juan Carlos ofereceu uma moto ao filho de Corinna e ele já o tratava por papá", já explicou a especialista em realeza espanhola Pilar Eyre, enquanto recentemente a alemã admitiu mesmo que Juan Carlos a pediu em casamento.
Durante o tempo em que durou o affair – que só terminaria em 2019 – Corinna podia ter pedido o que quisesse, com Juan Carlos, apaixonadíssimo, a ceder a tudo. No entanto, o fim da paixão simbolizaria também um azedar na relação entre os dois que capitulou ao ponto de agora o próximo encontro ser mesmo em tribunal. Em cima da mesa, estará um assunto de estado, mas também de honra, traição e milhões, que poderá destapar ainda mais podres da casa real espanhola.