
Charlene Wittstock parece nunca ter sido feliz no Mónaco, o país que adotou como seu quando se casou com Alberto, o príncipe regente, no dia 1 de julho de 2011. Uma das razões para a sua infelicidade permanente é o facto de nunca ter sido bem recebida pelos Grimaldi e, quando se fala nos Grimaldi, falamos, essencialmente, das duas cunhadas, as princesas Carolina e Stephanie [mais a primeira do que a segunda]. Charlene nunca pode contar com o apoio delas. Nenhuma das duas terá considerado a sul-africana uma digna sucessora de Grace Kelly. Estava longe de ter a beleza, o requinte e o glamour da mãe.
Além do mais, nem sequer tinha a formação exigida a alguém que seria princesa do Mónaco e nem provinha de uma família da elite europeia. Não tinha berço, consideraram as irmãs de Alberto. Mas enquanto Stephanie apenas ignorou a cunhada, Carolina terá uma relação mais conflituosa com a antiga atleta olímpica. Com o casamento do irmão, a filha mais velha de Rainier teve obrigatoriamente de assumir um papel secundário. Carolina não gostou disso, pois desde que a mãe morreu prematuramente em 14 de setembro de 1982, num trágico acidente de viação, foi a ela que coube o papel de primeira-dama do Mónaco. Primeiro, ao lado do pai e, depois, ao lado do irmão.
DEPRESSÃO: A DOENÇA DAS PRINCESAS Charlene sentiu desde o início esta falta de acolhimento e ausência de afeto dos Grimaldi
Sabe-se que o príncipe regente tentou encontrar uma mulher parecida com a sua mãe no que toca a elegância, discrição e beleza. A escolha recaiu sobre Charlene. Mas o que Alberto não imaginava é que a mulher que escolheu para dar um herdeiro ao trono do Mónaco viesse a sofrer da mesma doença que também afetou a icónica Grace Kelly. Tal como acontece hoje com a ex-nadadora olímpica vinda da África do Sul, também Grace Kelly sofreu quando se viu para sempre presa ao Mónaco. Depois da inebriação natural por ter casado com um príncipe verdadeiro e se ter tornado, ela própria, uma cabeça coroada da Europa, a antiga atriz de Hollywood começou a ter saudades da vida que foi obrigada a abandonar para casar com Rainier.
Faziam-lhe falta os aplausos e o ritmo agitado da meca do cinema. Foi ficando cada vez mais triste. Dizem os biógrafos que a bela princesa Gracia Patricia conseguia transmitir para o exterior a imagem de uma mulher realizada, mas quando as portas do palácio Grimaldi se fechavam atrás de si, era incapaz de esconder a tristeza. Ao longo dos anos, e depois de várias tentativas de retomar a sua carreira, mas sempre negadas pelo marido, Grace Kelly foi-se resignando. E a melancolia passou a fazer parte do seu estado de ânimo.
O palácio continua sem dar nome à doença que afeta Charlene, mas Alberto assumiu publicamente que a mulher sofreu um esgotamento físico e mental, falou de um profundo cansaço e o mundo percebeu que ela se mostrava incapaz para enfrentar as suas responsabilidades como primeira-dama. Resumindo, Charlene parece enfrentar uma depressão crónica. Doença que também afetou Grace Kelly, tal como atestou a jornalista norte-americana, Joel Stratte-McClure: "Grace sofreu uma depressão terrível durante os primeiros anos de casamento, não muito diferente da que está passando agora Charlene".
UMA SOMBRA CHAMADA GRACE KELLY
Pelo que se percebe Charlene acabou por viver o mesmo martírio da sogra que nunca chegou a conhecer, pois quando casou com Alberto já a princesa Gracia Patricia havia morrido na sequência de um trágico acidente de viação. Mas não é só o mesmo destino que liga a mulher de Alberto à antiga musa de Alfred Hitchcock. Há a questão da "sombra". Sim, leu bem! Charlene tem vivido com a terrível pressão de ser nora de uma das mulheres mais marcantes, mais bonitas e mais carismáticas da sua geração. Deve-se à atriz norte-americana o glamour que o Mónaco adquiriu e, por tudo isso, é difícil esquecer o magnetismo e o fascínio de Grace Kelly.
Do mesmo mal sofre também a princesa Carolina, filha da protagonista do galardoado thriller ‘Janela Indiscreta’. Cresceu à sombra de uma mãe cuja beleza era imbatível. A primeira filha do casal real fez-se mulher com a sensação de que nunca chegaria aos calcanhares daquela que lhe deu o ser. Nada do fazia era suficiente ou equiparável ao que fazia a princesa Gracia Patricia. Talvez por isso, Carolina tornou-se uma jovem rebelde. Enfrentou e confrontou os pais. Fazia e tomava decisões que sabia que os entristecia, que os chocava e que os envergonhava. Foi a forma que encontrou para se libertar da pressão de ser filha de quem era. UNIDAS NO SOFRIMENTO
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