
A mesa estendia-se ao longo de 45 metros e demorou uma semana a ficar pronta. Entre as flores, colhidas nos jardins de Windsor, aos copos e pratos, que tinham de ser de um tamanho específico, não foi fácil chegar à elegante versão final que vimos na noite da última quarta-feira, 17 de setembro, quando a família real britânica recebeu, no Castelo de Windsor, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a mulher, Melania. Ao todo, foram 160 convidados aqueles que se sentaram para um banquete real que envolveu 20 chefs e uma preparação minuciosa, que os reis fizeram questão de acompanhar ao pormenor.
Dada a magnitude do acontecimento, a imprensa britânica deu conta de que, horas antes do início do banquete, o rei Carlos III e Camilla andavam nos bastidores a verificar todos os detalhes: como estava a panna cota de agrião que iria ser servida à entrada, os funcionários estavam prontos e conscientes da sua missão? E a banda sonora seria a que tinham previamente definido?
Com tantos detalhes a tratar, tudo começou a ser idealizado seis meses antes, altura em que se definiu que não seria Buckingham o palco da cerimónia, mas sim Windsor, a 40 quilómetros de Londres, onde repousam os restos mortais da rainha Isabel II e do marido, Felipe de Edimburgo, onde Trump fez questão de depositar flores.
Depois, foi escolhido o menu, que estava disponível para os convidados lerem em francês: a tal panna cota de agrião com biscoitos amanteigados de parmesão e salada de ovos de codorniz para entrada, almôndegas de frango orgânico Norfolk com abóbora e molho de tomilho. E gelado de baunilha e framboesa, com ameixas para a sobremesa. Tudo armonizado por vinhos de alta qualidade.
Para garantir que o serviço fluía com normalidade, foram criados 19 estações, com quatro funcionários cada, responsáveis por servir uma área específica da mesa e assim assegurar que todos os pedidos fluíam com naturalidade e harmonia. E tudo isto ao som de temas como 'Tiny Dancer', de Elton John, um medley de temas de filmes de James Bond, ou até uma música dos Rolling Stones.
Tudo isto resultaria num banquete memorável que, no final, chegada à altura dos discursos, Trump fez questão de assinalar com alguma nota de emoção.
"Sua majestade criou um filho extraordinário, o príncipe de Gales. É assombroso, tivemos oportunidade de o conhecer e acreditamos que terá um êxito incrível no futuro. Melania e eu estamos encantados por visitar de novo o príncipe William e de ver Sua Alteza Real, a princesa Catherine, tão radiante, tão saudável e tão bonita. É uma grande horna", assinalou.
Kate estava, aliás, resplandecente com um vestido assinado pela casa Phillipa Lepley, de Inglaterra, que complementou com a tiara Lover's Knot, a favorita da Princesa Diana, enquanto Melania Trump surgia fresca e elegante com um vestido amarelo assinado por Carolina Herrera.
Um duelo de estilo entre duas das mulheres mais elegantes da atualidade, em registos, no entanto, bastante distintos, com a Primeira-Dama dos Estados Unidos a ostentar a modernidade de quem não está presa a protocolos tão rígidos e a mulher de William a exibir a sua elegância num estilo mais conservador, em que tiaras, joias reais e vestidos dignos de um banquete de outros tempos ainda são uma dominante.