
Estamos no pico do verão e a Comporta fervilha de vida. Entre americanos, franceses e espanhóis, que se acotovelam às voltas pelo roteiro turístico da pacata localidade alentejana, num outro circuito, mais distante, a tentar fintar as miradas alheias, alguns dos 'todos poderosos' do nosso país vão a banhos. Longe de locais como o Ancão, junto à Quinta do Lago, no Algarve, que se sabe ser uma espécie de montra política e onde, se nos abstrairmos do barulho do mar, mais parece que estamos na Assembleia da República, pelos rostos que lá encontramos, muitos escolhem a Comporta porque ainda consegue ser o último grande reduto da privacidade, num conceito diferente de luxo, onde se vive com maior desprendimento e mais devagar, o que sempre atraiu uma determinada elite, numa moda que se acentuou ao longo dos últimos anos.
No entanto, por mais que no conforto das moradias de luxo que ocupam no verão, e entre pinheiros mansos, o retiro seja sagrado, há um local onde é impossível que passem despercebidos: a Praia do Pego. Entre os mergulhos na água turquesa, muitas vezes abençoados pela visita de famílias de golfinhos - os famosos roazes-corvineiros do Sado - há sempre vários cumprimentos para dar entre os 'tubarões' dos areais que todos os anos escolhem esta praia para descontrair. Por lá, encontra-se de tudo um pouco, entre as idas ao mar ou passeios pelo Carvalhal que, aos poucos se está a tornar o novo centro da Comporta.
Foi lá que a FLASH! encontrou António Mexia e a companheira, Guta Moura Guedes, não que sejam propriamente novatos na localidade. Quando foi suspenso da presidência da EDP, em 2020, com acusações de corrupção, em processos que continuam a decorrer na Justiça, foi lá que Mexia se refugiou, na sua moradia com piscina, que construiu há mais de 15 anos e fica numa pequena aldeia entre Grândola e o Carvalhal, chamada Muda. Na altura, e em tempos de Covid, faria as malas para fora de Lisboa, sendo que hoje a casa da Comporta será um refúgio a que volta mais frequentemente no Verão, e que divide com o apartamento que mantém no coração de Lisboa, no Chiado.
Quando a FLASH! o encontrou, preparava-se para arrancar no seu carro desportivo, mesmo em frente à Fashion Clinic de Paula Amorim, no Carvalhal, ao lado de Guta Moura Guedes, naquele que era apenas mais um dia no 'paraíso' dos endinheirados.
PEGO, A PRAIA ONDE TUDO ACONTECE
Já foi 'território' de Ricardo Salgado por excelência, mas com a queda do BES o dinheiro e, consequentemente, a Praia do Pego, mudaram, simbolicamente, de mãos. Hoje, o Sal deu lugar ao JNcQUOI de Paula Amorim, mas no areal os rostos continuam a ser, muitas vezes, os mesmos de antigamente, aos quais se juntam as novas gerações.
Ricardo Salgado, a braços com a doença de Alzheimer, já por lá não anda, mas nos últimos dias a FLASH! encontrou, por exemplo a sua mulher, Maria João Salgado, como que a hastear a bandeira dos Espírito Santo, em representação da família.
Uns metros mais abaixo estava aquele que, após o colapso do banco, sucederia a Ricardo Salgado no BES, Vítor Bento.
O universo de banqueiros, influentes e empresários na Comporta atinge uma maior concentração por metro quadrado na Praia do Pego, uma das mais concorridas, e onde a FLASH! viu também a banhos Filipe de Botton, acionista de negócios como o Santini ou Logoplaste, presença habitual nesta localidade alentejana no verão, e também conhecida figura do jet set nacional.
É apenas mais um dos que não prescindem da Comporta, onde há a promessa de dias longos na praia, rede de telemóvel instável e a natureza em estado puro, que apela a uma desconexão do ruído alfacinha que se quer, cada vez mais, em doses controladas.