
Há um ano, Paula Amorim e Miguel Guedes de Sousa despertavam com uma notícia dramática: o seu primeiro hotel, construído em plena Avenida da Liberdade, em Lisboa, estava em chamas com o histórico prédio onde este se integrava em risco de ruir. Durante várias horas, as chamas lavraram sem que os bombeiros conseguissem impedir o rasto de destruição. O mobiliário, idealizado por um arquiteto internacional, e pronto a estrear, ficou reduzido a nada e não havia uma única pedra que pudesse ser aproveitada. Era um sonho desfeito.
A desolação tomou conta do mediático par, que ao longo das semanas seguintes equacionou o que fazer. Tinham investido milhares naquele que seria o seu primeiro hotel, no coração de Lisboa, e tudo estava perdido, sendo que havia duas opções: desistir do sonho ou fazer tudo outra vez a partir do zero.
Escolheram a segunda e hoje Miguel Guedes de Sousa partilhou com orgulho que, depois dos trabalhos, do dinheiro reinvestido, do suor e lágrimas, o espaço está praticamente pronto a inaugurar e de cara lavada, sendo que o projeto é diferente daquele que estava pronto para receber os primeiros clientes no ano passado.
"Duas semanas antes da inauguração, a Casa JNcQUOI foi destruída por um incêndio. Mas em vez da autopiedade, escolhemos a paixão. Em vez da derrota, abraçámos a coragem. Estamos a reconstruí-lo – não apenas como o planeado, mas melhor. Porque os sonhos exigem resiliência e a realidade curva-se para aqueles que se recusam a acomodar-se. Com muito trabalho, visão ousada e a arte de ser irracional, tudo é possível. Obrigado pelo apoio", escreveu o marido de Paula Amorim, Miguel Guedes de Sousa para mostrar o orgulho que sente pela luta que travaram para trazer novamente o projeto para o mundo.
Depois de um ano que trouxe mais impasses do que aqueles que esperavam, Paula Amorim e Miguel Guedes de Sousa esperam, por isso, que 2025 seja o período da expansão no ramo hoteleiro. É que além do hotel numa das avenidas mais nobres da cidade de Lisboa, há finalmente as villas de luxo na Herdade da Comporta e que estão prontas a inaugurar.
Ao longo dos últimos meses, a empresa fez a apresentação pública do projeto, que promete consolidar o título de Paula e Miguel como os novos reis da Comporta, sendo que o hotel era apenas o que faltava. A 'conquista' começou com o JNcQUOI, um espaço em cima na praia, que ocupou o lugar ocupado durante anos pelo mítico Sal, mas não ficou por aí. Mais tarde, abririam um restaurante no Carvalhal e também uma pop up da Gucci logo ao lado, trazendo o segmento do luxo para a pacata localidade alentejana.
Apesar da fortuna de milhões e das portas abertas que têm, nomeadamente no país vizinho, Paula e o marido optam por trabalhar quase exclusivamente em Portugal, numa espécie de bandeira por acreditarem que há muito para ser desenvolvido no nosso país, sobretudo na Comporta, que querem transformar num dos grandes redutos do turismo de luxo na Europa.
A estratégia foi revelada numa das poucas entrevistas que a empresária deu, ao podcast de Francisco Pinto Balsemão.
"Achamos que há imensas oportunidades em Portugal, que está sem dúvida no radar do turismo e dos investidores. Não há espaço em Portugal para um turismo de massas, não é esse o caminho para o País. É um turismo que consome pouco, gasta pouco e não investe. Portugal deve ser preservado e um turismo de massa não penso que seja o melhor para o País", afirmou, mostrando-se orgulhosa do caminho que tem firmado ao lado do marido, que a fez construir um caminho paralelo aos negócios que já tinha de família, nomeadamente a Corticeira Amorim e a Galp.
"É uma conjugação de duas pessoas: eu e a minha mulher. Eu já tinha a especialização na hotelaria e na restauração e ela na moda e na gestão e queríamos fazer algo único juntos", disse Miguel Guedes de Sousa, que antes do casamento com Paula Amorim esteve muito tempo na Ásia, onde desenvolveu o seu trajeto profissional e abriu horizontes em relação àquilo que, um dia, gostaria de implementar no nosso país.
O casamento com Paula Amorim abriu-lhe não apenas portas a uma nova vida conjugal feliz, mas também a uma confluência de ideias e projetos que põem em prática através do grupo Amorim Luxury, o maior do segmento com selo nacional. Hoje, além da Fashion Clinic, o primeiro projeto, uma loja multimarcas, que entretanto se tornou secundário, tem uma cadeia de restaurantes de sucesso, loja de decoração, e Paula tem também uma marca de roupa em nome próprio. Os hotéis são agora o próximo passo do negócio para o qual parece não haver barreiras nem obstáculos que não sejam ultrapassáveis.