Com a política na ordem do dia, chega aos cinemas o filme 'Soares é Fixe!'. Mas o que é que esta produção tem de especial?
Sérgio Graciano é o realizador desta obra que relembra as presidenciais de 1986.
Por coincidência (ou não) na mesma altura em que o país se vê temporariamente mergulhado na discussão política profunda, com a aproximação das eleições legislativas de 10 de março, estreia, nesta quinta-feira, 21, nos cinemas um filme que tem como tema central um dos mais icónicos (senão o mais icónico) períodos eleitorais da história da democracia portuguesa.
‘Soares é Fixe!’ retrata o período abrangido pela segunda volta das eleições presidenciais de 1986, disputada entre Mário Soares, apoiado pelo PS, e Diogo Freitas do Amaral, apoiado pelo CDS, com o cineasta Sérgio Graciano - que já realizou filmes como 'Linhas de Sangue' ou 'Salgueiro Maia - O Implicado' - a recrutar Tónan Quito e Tiago Fernandes para interpretar estas duas figuras de peso da política nacional.
Esta longa-metragem ilustra a tensão vivida à época – num sufrágio que teve momentos que ficaram na história, como a agressão a Soares na Marinha Grande, doze dias antes da ida às urnas – através do ambiente vivido nas sedes de ambas as candidaturas e no entorno dos dois candidatos. O título, claro, é baseado no ‘slogan’ criado por Adelino Vaz que inspirou a subida astronómica do líder rosa nas sondagens até à vitória final.
A antestreia, que teve lugar no Centro Cultural de Belém, contou com a presença de Pedro Nuno Santos, atual candidato a primeiro-ministro, e de António Costa, seu antecessor na liderança socialista, tal como de João Soares, filho de Mário Soares, que deu a sua opinião sobre o projeto: "Acolhemos com grande satisfação a ideia de fazer um filme sobre a vida do nosso pai, mas não tivemos intervenção no guião. Tivemos uma hora com a produção para responder às perguntas dos atores sobre a personalidade do meu pai. Em 86 foi, talvez, a eleição mais disputada e emocionante da vida pública portuguesa", explicou ao 'Jornal de Notícias'.