Por que é que vale a pena ver este filme? 'Ainda Estou Aqui', que deu o Globo de Ouro a Fernanda Torres, já é um fenómeno de bilheteira em Portugal

Fora do circuito dos "pesos pesados" de Hollywood, há um filme que promete deixar marca. 'Ainda Estou Aqui' já fez história ao dar o primeiro Globo de Ouro de sempre a uma atriz brasileira, com Fernanda Torres a erguer, pelo seu aclamado papel principal, o galardão que, em 1998, escapara à sua mãe, Fernanda Montenegro, que, nesta longa-metragem de Walter Salles, interpreta a mesma personalidade histórica anos mais velha. Trata-se de Eunice Paiva, mulher de Rubens Paiva, político que foi preso e depois morto pela ditadura militar vigente no Brasil na década de 1970, papel que coube neste filme a Selton Mello.

A história de Eunice, que depois se transformou numa ativista política de renome no Brasil, é relatada com base no livro com o mesmo nome que foi redigido pelo seu filho, Marcelo Rubens Paiva. No Brasil, o filme até foi alvo de uma tentativa de boicote por parte de apoiantes da extrema-direita, que acabou por ser infrutífero, não só pelas elevadas receitas de bilheteira tal como pelo facto de ter atravessado as fronteiras ganhando atenção internacional e, provavelmente, só não arrecadará um ainda maior número de galardões na época dos prémios cinematográficos por ter coincidido com 'Emilia Pérez' na categoria de Melhor Filme em Língua Estrangeira.

Também em Portugal, o filme tem sido um incontornável sucesso: o Instituto do Cinema e do Audiovisual revelou que 'Ainda Estou Aqui' levou ao cinema mais de 37 mil pessoas no fim de semana de estreia, acima de produções como 'Mufasa: O Rei Leão' ou 'Vaiana 2', com uma receita de bilheteira que ultrapassou os 246 mil euros.