
Pedro Lima mostrava um sorriso quase em permanência mas tinha várias fragilidades, como admitiu mais do que uma vez em entrevistas ou em declarações públicas.
O ator, de 49 anos, que sonhava casar no próximo ano com a mulher da sua vida, a ceramista Anna Westerlund, com quem tinha 4 filhos (o ator tinha ainda outro rapaz fruto de casamento anterior), reconheceu publicamente que experiências da sua infância deixaram traumas profundos. Muito profundos.
Traumas que o levaram a procurar ajuda médica, como confessou numa mensagem que dedicou à avó, a mulher que o criou desde bebé.
O ator sentiu muito o "abandono" dos pais e a sua mudança de Luanda para Lisboa quando tinha apenas 1 ano de idade, para ser criado pela avó.
No dia do aniversário de 90 anos de Bernardette, a estrela da TVI publicou uma sentida homenagem à sua "vovocas", como a chamava, contando a história da mulher que era a sua "referência afectiva", disse.
"A grande referência da minha vida completa hoje 90 anos. Nasci em Angola mas, com um ano de idade, os meus pais mandaram-me para Lisboa para ser criado pela minha avó Bernardette, baptizada por mim nesses primeiros anos de vida por Vovocas", começa a descrever Pedro Lima no Facebook."Hoje, depois de alguma terapia", revelou, "sei que aquela viagem para longe da minha mãe configura um abandono que marcou muito a minha relação com as mulheres até uma certa idade".
"Mas durante toda a vida nunca senti essa falta porque a Vovocas preencheu o espaço feminino de referência afectiva de que uma criança necessita [...] Foi com esta matriz afectiva que me formei e era a única que sabia transmitir até conhecer a Anna [Westerlund] com quem tenho aprendido outras formas de afecto". A separação na infância não afetou a vida familiar de Pedro com a mãe. O ator nunca escondeu a sua admiração e fez várias homenagens à progenitora nas redes sociais, mas reconheceu que ter vindo de Luanda para Lisboa sem os pais o marcou profundamente. Leia a declaração na íntegra:
A separação na infância não afetou a vida familiar de Pedro com a mãe. O ator nunca escondeu a sua admiração e fez várias homenagens à progenitora nas redes sociais, mas reconheceu que ter vindo de Luanda para Lisboa sem os pais o marcou profundamente.
Leia a declaração na íntegra:
"A grande referência da minha vida completa hoje 90 anos. Nasci em Angola mas, com um ano de idade, os meus pais mandaram-me para Lisboa para ser criado pela minha avó Bernardette, baptizada por mim nesses primeiros anos de vida por Vovocas . Hoje, depois de alguma terapia, sei que aquela viagem para longe da minha mãe configura um abandono que marcou muito a minha relação com as mulheres até uma certa idade. Mas durante toda a vida nunca senti essa falta porque a Vovocas preencheu o espaço feminino de referência afectiva de que uma criança necessita. A sua forma de transmitir amor sempre foi ligada à dimensão funcional da vida. O cuidado permanente para andar asseado, ter sempre a comida que eu gostava, a roupa lavada, os agasalhos para não ficar doente, um ou outro brinquedo que me alegrasse, uns ténis da moda quando era possível. Foi com esta matriz afectiva que me formei e era a única que sabia transmitir até conhecer a Anna com quem tenho aprendido outras formas de afecto. A Vocas cuidou assim de três filhos, de mim e da minha irmã, da mãe Ermelinda até à sua morte, de mais dois netos que nasceram quando tinha já 65 anos, de 7 bisnetos e agora do pequeno João Maria, o seu único trineto. Depois de uma vida até aí com bastante conforto, nos anos 80, período em que o FMI intervencionou a economia portuguesa, a Vovocas foi obrigada a ter 3 empregos para garantir a sustentabilidade da família: trabalhava na empresa de mobiliário FOC durante o dia , era telefonista no jornal O DIA à noite e ainda fazia bolos e pastéis em casa que vendia no bar da FOC. Não me lembro de alguma vez sentir a sua ausência em casa. Deixava sempre tudo organizado para que eu tivesse o maior conforto possível. Este exemplo é o legado que me deixa e que tentarei transmitir aos meus filhos. Ah! ... e nunca teve nenhum homem para ajudá-la. Conhecem mais alguém assim? Eu não, só a Vovocas!", rematou o ator, numa mensagem publicada em setembro de 2019.
Nasci em Angola mas, com um ano de idade, os meus pais mandaram-me para Lisboa para ser criado pela minha avó Bernardette, baptizada por mim nesses primeiros anos de vida por Vovocas .
Hoje, depois de alguma terapia, sei que aquela viagem para longe da minha mãe configura um abandono que marcou muito a minha relação com as mulheres até uma certa idade.
Mas durante toda a vida nunca senti essa falta porque a Vovocas preencheu o espaço feminino de referência afectiva de que uma criança necessita.
A sua forma de transmitir amor sempre foi ligada à dimensão funcional da vida. O cuidado permanente para andar asseado, ter sempre a comida que eu gostava, a roupa lavada, os agasalhos para não ficar doente, um ou outro brinquedo que me alegrasse, uns ténis da moda quando era possível.
Foi com esta matriz afectiva que me formei e era a única que sabia transmitir até conhecer a Anna com quem tenho aprendido outras formas de afecto.
A Vocas cuidou assim de três filhos, de mim e da minha irmã, da mãe Ermelinda até à sua morte, de mais dois netos que nasceram quando tinha já 65 anos, de 7 bisnetos e agora do pequeno João Maria, o seu único trineto.
Depois de uma vida até aí com bastante conforto, nos anos 80, período em que o FMI intervencionou a economia portuguesa, a Vovocas foi obrigada a ter 3 empregos para garantir a sustentabilidade da família: trabalhava na empresa de mobiliário FOC durante o dia , era telefonista no jornal O DIA à noite e ainda fazia bolos e pastéis em casa que vendia no bar da FOC.
Não me lembro de alguma vez sentir a sua ausência em casa.
Deixava sempre tudo organizado para que eu tivesse o maior conforto possível.
Este exemplo é o legado que me deixa e que tentarei transmitir aos meus filhos.
Ah!
... e nunca teve nenhum homem para ajudá-la.
Conhecem mais alguém assim?
Eu não, só a Vovocas!", rematou o ator, numa mensagem publicada em setembro de 2019.