Deve haver aqui algum mal-entendido... Quem é Afonso Gonçalves que defende que as mulheres não deveriam votar
O líder do grupo Reconquista esteve à conversa com Miguel Milhão, mas só um ano depois a entrevista dá que falar pelas posições extremistas. Segundo ele "as mulheres estão biologicamente desenhadas para ter um filho, para agarrar num filho, para cuidar de um filho e não é para tomar decisões importantes para o futuro de um país"...O médico Gustavo Carona e o jornalista Miguel Somsen recuperaram a entrevista de Afonso Gonçalves, líder do grupo de extrema-direita Reconquista, ao popcast 'Cdk' de Miguel Milhão, e trouxeram o assunto das posições extremistas para a ordem do dia.
A conversa tem um um ano, mas as redes sociais estão ao rubro com as posições defendidas por Afonso Gonçalves, de apenas 25 anos. Nessa conversa diz o líder do grupo Reconquista: "As mulheres, no geral, não são muito racionais e nem sequer têm a capacidade de compreender o bem comum, o bem da nação."
E prossegue: "Mas isso não é necessariamente mau, não estou a fazer um ataque às mulheres, é importante perceber isto, isto é da natureza da mulher, não há problema em a mulher ser assim. Eu não quero dar a decisão do futuro do meu país às mulheres. Eu acho que elas não têm essa responsabilidade, porque estão biologicamente desenhadas para ter um filho, para agarrar num filho, para cuidar de um filho e não é para tomar decisões importantes para o futuro de um país", diz o polémico Gonçalves sem nenhum tipo de acanho ou filtro.
"É bastante consensual que os homens são mais inteligentes do que as mulheres. Por isso, acho que só os homens mais inteligentes é que deveriam votar como acontecia na Grécia Antiga. [...] O voto universal não faz sentido. Eu acho que só deviam votar homens portugueses com propriedadades", atira. À pergunta se as mulheres deveriam votar, não hesita: "Mulheres não!"
O líder do grupo Reconquista, criado há dois anos, defende muitas posições extremistas como estas, como também é o caso da deportação forçada de imigrantes não-brancos além dos discursos misóginos. Neste momento, está a ser investigado pelo Ministério Público e pela Polícia Judiciária por suspeitas de discurso de ódio.
Só este ano, Afonso Gonçalves já foi detido e identificado várias vezes pela PSP e em 2024, organizou uma manifestação em Lisboa, em que defendeu que os imigrantes devem regressar todos aos seus países de origem.