
A Polícia Judiciária acredita que Rui Pinto foi o denunciante por detrás dos Luanda Leaks, a fuga de informação que expôs os negócios de Isabel dos Santos e levou-a a ser constituída arguida em Angola.
Segundo o jornal 'Público', muitos dos 715 mil ficheiros que foram divulgados ao Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação integram o processo em que o 'hacker' será julgado como outros que estão a ser investigados.
De acordo com a acusação do Ministério Público, a que a 'Sábado' teve acesso, entre 2015 e 2019 o pirata informático Rui Pinto devassou os sistemas informáticos e de email do Sporting, Doyen, Federação Portuguesa de Futebol, Sociedade de Advogados PLMJ, Procuradoria Geral da República e Departamento Central de Investigação e Acção Penal.
O MP acusa agora o jovem informático de acesso ilegítimo e extorsão na forma tentada.
Na única vez que aceitou falar às autoridades, o criador do Football Leaks garantiu nunca ter cometido qualquer pirataria nem ter tentado ganhar dinheiro com informação confidencial.
O 'inimigo' de Cristiano Ronaldo
O hacker terá sido inclusive o responsável pela fuga de informação que levou Ronaldo a ser investigado nos Estados Unidos por alegada violação à professora Kathryn Mayorga, em 2009, ao tornar público um acordo de confidencialidade assinado pelos dois em 2010.
Apesar da colaboração assumida de Rui Pinto com a polícia de Las Vegas, a revista de jornalismo investigativo 'Der Spiegel', que divulgou o caso, continua a proteger a identidade das suas fontes.
Rui Pinto também estará por detrás da fuga de informação que levou a Autoridade Tributária espanhola a condenar Cristiano Ronaldo por fraude fiscal. O futebolista português acabou por chegar a acordo e a aceitar pena de prisão suspensa de dois anos (seis meses por cada um dos crimes), acrescida do pagamento de 18,8 milhões de euros.