
A ex-modelo, empresária e DJ Raquel Loureiro, de 40 anos, revelou aos colegas do 'reality show' da TVI 'Biggest Deal' que está a preparar um livro sobre a vida e obra musical do pai, o maestro José Duarte Loureiro, e a FLASH! confirmou com Armindo Loureiro, tio da concorrente do programa de televisão, que o progenitor desta foi efetivamente "um génio" reconhecido pelos seus pares no meio artístico nacional.
O pai de Raquel Loureiro, que faleceu com 63 anos, a 17 de dezembro de 2011, com um ataque cardíaco fulminante, durante uma visita à sua terra natal, Marco de Canavezes, foi um maestro que deixou uma vasta obra de composições musicais e que tocou para artistas como Amália, Simone de Oliveira, Paco Bandeira, Paulo de Carvalho, Carlos Mendes, Adelaide Ferreira, Neno, António Vilas Boas, Diamantino [Tino] Cigano e dezenas de outros artistas conhecidos. Além disso, José Duarte tocou, lado a lado, com outras grandes figuras do panorama musical português como Thilo Krassmann e Pedro Osório, também já falecidos, e com o maestro Jaime de Oliveira, mentor da conhecida "Orquestra da Felicidade do Brilho e da Glória".
Na década de 90 do século passado, durante uma participação no programa 'Já Está', o apresentador e jornalista Joaquim Letria, depois de o ver e ouvir tocar ao vivo em direto trompete com uma mão e piano com a outra, lançou um sério aviso aos seus concorrentes no meio artístico para se "porem a pau", revela Armindo Monteiro, o irmão que não teve queda para a música, mas antes jeito para as lides políticas autárquicas.
A TOCAR DESDE OS 8 ANOS, DEU 'SHOW' NA RTP COM 12, EM 1960
O pai de Raquel Loureiro foi iniciado na música pelo pai, avô de Raquel, quando tinha 8 anos, a tocar xilofone, mas depressa aprendeu a tocar piano, violino e trompete, na banda de Vila Boa de Quires, um grupo musical com quase 350 anos de existência, talvez o mais antigo de Portugal.
Aos 12 anos, em 1960, quando estudava no Conservatório de Música do Porto, formou com uns colegas o grupo "Os Celtas do Porto" e foram juntos tocar para a RTP, nos estúdios do Monte da Virgem.
Aos 16 anos entra para a Marinha de Guerra, onde foi músico durante 10 anos, até 1974, ano em que assenta arraiais no Casino de Monte Gordo como chefe de orquestra. É no Algarve que conhece Olinda, a mãe de Raquel, por quem manifestava um amor incomensurável, tendo-lhe dedicado uma música intitulada "Olinda, minha linda mulher", tal como também dedicou músicas à filha Raquel, ao filho José e a todos os irmãos.
TOCOU EM CASAS NOTURNAS, TEATROS, PAQUETES E PARA SIMONE DE OLIVEIRA
Pelo caminho, José Duarte tocou em casas noturnas de Lisboa, algumas de má fama, como o 'Príncipe Negro', 'Maxime', 'Tágide', 'Bar 107' e mais tarde no 'Elefante Branco'. Passou pelo paquete Funchal, mas também pelo teatro ABC e pelo Variedades e orgulhava-se de contar aos amigos que foi o pianista que mais vezes fez tocou no programa da cantora e atriz Simone de Oliveira, 'Piano Bar', na RTP.