
José Manuel Anes, 81 anos, professor universitário, ex-presidente do Observatório da Segurança, Criminalidade Organizada, e Terrorismo (OSCOT) e atual presidente do Conselho Consultivo da referida instituição, foi barbaramente agredido pela própria filha, Ana Anes Rawson.
A tragédia ocorreu num apartamento na zona de Arroios, em Lisboa, ao início da tarde desta segunda-feira, 19. Além de ter golpeado o pai nas pernas, nos braços e no abdómen, a filha, única suspeita, tentou ainda cegá-lo, pressionando os dedos nos olhos da vítima. A agressora fugiu, mas acabou detida ainda ontem à noite pela Polícia Judiciária.
Com uma relação muito conturbada, Ana Anes Rawson terá descoberto onde se encontrava o pai, o conceituado criminalista, pois ao que parece este estava temporariamente em casa de Carla Pinheiro, uma ex-aluna sua e de quem será alegadamente próximo, a recuperar de uma operação às cataratas. A advogada Suzana Garcia, que conhece bem a vítima, disse esta manhã no programa 'Dois às 10' , da TVI, que José Manuel Anes vive numa "moradia na Margem Sul".
Há relatos de que o criminalista só abria a porta à filha quando esta "não estava alterada", caso contrário a entrada era-lhe vedada. Só que esta segunda-feira, depois de ter descoberto onde estava o pai, conseguiu entrar no prédio e bater-lhe à porta. Ele abriu já que estaria à espera de uma encomenda e julgou tratar-se do carteiro.
Foi a oportunidade que Ana Anes precisou para avançar contra o pai. Este, com o impulso, terá caído no chão e batido com o cabeça o que lhe terá provocado um traumatismo. Depois, foi o que já se conhece: esfaqueou-o e introduziu-lhe os dedos nos olhos.
Mas quem é esta mulher que agiu, supostamente, sob um surto psicótico? Mas parece que já há muito tempo existiam sinais de que esta tragédia estava iminente, conforme revelou Suzana Garcia. Ana Anes – que usa o apelido do padrasto, Rawson – tornou-se conhecida por um livro que escreveu na área da sexologia, '7 Anos de Mau Sexo'. A maior parte das crónicas reunidas neste livro são o resultado de uma colaboração de cerca de três anos com o já extinto jornal 'O Independente'.
Depois desta colaboração, Ana Anes – assim assina as suas crónicas na imprensa – continuou a publicar artigos de opinião e crónicas sobre sexologia em vários outros orgãos de Comunicação Social. Chegou ainda a estar envolvida no lançamento da revista 'Playboy' em Portugal.
Ana Anes Rawson suspeitava – conforme revelou nas redes sociais – ter sido excluída da herança do pai e acusava-o de ter deixado tudo a uma alegada ex-aluna, Carla Pinheiro. Isto poderá ser a razão principal que motivou este horrendo crime.