A comovente mensagem de António José Seguro à mãe na hora da despedida, apenas duas semanas após ser eleito líder político
António José Seguro regressa à vida política ativa após uma década afastado, como candidato às presidenciais de 2026.António José Seguro, 63 anos de idade, é um dos candidatos às eleições presidencias que irão ter lugar daqui a um mês, a 18 de janeiro de 2026. É o regresso de Seguro à vida política ativa, depois de uma década afastado. Um interregno que começou quando perdeu a liderança do Partido Socialista para o ex-primeiro-ministro António Costa.
Um tempo que teve ainda outros motivos de mágoa para o agora candidato à Presidência. António José Seguro perdeu a mãe, Maria do Céu Martins, apenas duas semanas após ser eleito Secretário Geral do PS. Maria do Céu morreu nos primeiros dias de agosto de 2011, depois de ter estado uma semana internada no Hospital de Castelo Branco, onde acabou por falecer.
"Só houve ali uma semana em que nós pudemos partilhar essa alegria, porque a minha mãe esteve uma semana internada no hospital e acabou por falecer. Mas eu estive ao pé dela", recordou o político na tarde desta terça-feira, 18 de novembro, em conversa com Júlia Pinheiro, na SIC.
"Não dá tempo para acomodar os sentimentos todos", solidariou-se a apresentadora que recordou o texto que António José Seguro leu na hora de despedir-se da mãe.
"Porque Deus permite que as mães se vão embora? Mãe não tem limite, mãe é tempo sem hora, luz que não se apaga quando sopra o vento e a chuva desaba. Veludo escondido na pele enrugada, água pura, ar puro, puro pensamento. Morrer acontece com o que é breve e passa sem deixar vestígio, mãe, na sua graça, é eternidade.
Por que Deus se lembra, mistério profundo, de tirá-la um dia. Fosse eu rei do mundo baixava uma lei: mãe não morre nunca; mãe ficará sempre junto do seu filho e ele, velho embora, será pequenino, feito grã de milho." O poema é de Carlos Drummond de Andrade. "Foi esse poema que eu li quando a minha mãe partiu, quando me despedi dela", confirmou Seguro, que recordou ainda o pai, Domingos Sanches Seguro, que viria a falecer mais tarde, em 2017.
"O meu pai começou a trabalhar quando terminou a 4.ª Classe, como empregado, e depois, mais tarde, criou o seu próprio negócio. Foi uma vida de trabalho. A minha mãe não tinha um trabalho fora de casa, trabalhava dentro de casa. Tempos difíceis, mas criaram três filhos e nunca faltou nada", emocionou-se António José Seguro.