As últimas palavras de homenagem a Clara Pinto Correia partilhadas pela irmã Margarida Pinto Correia
As cerimónias fúnebres de despedida à escritora e bióloga Clara Pinto Correia tiveram lugar na Capela do Rato, em Lisboa.O último adeus a Clara Pinto Correia aconteceu na tarde desta sexta-feira, 12 de dezembro. As cerimónias, a dor e o luto foram vividos no racato família e pelos amigos mais íntimos. Assim o tinham anunciado. As cerimónias fúnebres tiveram lugar na Capela do Rato, em Lisboa.
Para além da família e dos amigos, também o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, fez questão de prestar a sua homenagem a uma das figuras mais emblemáticas da cultura e da academia nacionais.
A irmã Margarida Pinto Correia partilhou um texto assinado por José Augusto Pereira Neto, em jeito de despedida e homenagem à irmã: "Recordo a tua cara atrevida e sedutora, em que o sorriso temperava o desafio e a impertinência, quando me segredaste o livro que não escreveste: 'Tentativas Para Acertar' (quem ousa dizer que acertou?). Na praça ficaram os destroços das derrotas sofridas, e no cimo da montanha, espelhando ao pôr do sol, os troféus das vitórias alcançadas com a ousadia, com a coragem, com a rebeldia e com a irreverência com que nos desafiaste. Vamos construir um jardim onde crescerá a árvore da vida, com flores e animais selvagens: o Jardim dos Deuses, onde iremos refrescar-nos decifrando a vertigem do turbilhão com que o deus da tempestade te esgotou."
O texto partilhado por Margarida acaba por ser também um retrato da mulher e escritora que partiu com apenas 65 anos de idade. Clara Pinto Correia morreu na passada terça-feira, 9 de dezembro. Foi encontrada sem vida na sua casa de Estremoz, no Alentejo, sendo que apenas o resultado dos exames toxicológicos poderá determinar o que levou à paragem cardíaca, indicada na autópsia como causa da morte da também bióloga.