Com suspeita de AVC, Pedro Benevides nas urgências: "Vómitos, tonturas, desequilíbrio a andar..."
Foi chamado o INEM que levou o jornalista da TVI para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa. Depois, por lá, deu-se uma descida "ao inferno""Do inferno ao paraíso possível, as minhas 18 horas no Hospital de Santa Maria", é assim que começa o desabafo e relato feitos por Pedro Benevides na sua conta de Instagram. O jornalista da TVI teve de ser levado para as urgências após a suspeita de estar a ter um AVC, como o próprio revela.
"Quinta, ao fim da tarde. Vómitos, tonturas, desequilíbrio a andar. Chamada para o SNS24. Ambulância. Urgências, pulseira amarela, primeiro despiste de suspeitas de AVC. Entro na sala dos 'amarelos' e desço ao inferno de que tanto falei nas notícias, sem o conhecer de perto. Gritos. Idosos que caem das macas. Acompanhantes a prestar cuidados a estranhos porque faltava outro apoio. E a impotência — a de quem espera e a de quem trabalha com tão pouco para tantos", descreve Pedro Benevides.
E assume: "O tempo custa a passar. Faltam profissionais. Faltam condições. E sobra cansaço, revolta e um sistema à beira do colapso. Mas ali estão eles: médicos, enfermeiros e auxiliares a aguentar o barco no meio da tempestade — insultados, esgotados, mas ainda de pé. E antes que este olhar pareça o de um privilegiado, quero esclarecer que sou frequentador do SNS. As minhas 3 filhas nasceram nele. Sempre fui bem tratado no centro de saúde. E sei que o privado também já não dá resposta a tudo."
O jornalista da TVI prossegue o relato: "Felizmente, não era AVC. Era o ouvido interno — inflamação do nervo vestibular, responsável pelo equilíbrio. [...] Quando passo para Otorrino, o cenário muda. Corredores calmos, equipa incansável, mais exames e fisioterapia para reaprender a andar - literalmente, reaprender a andar e a mexer os olhos e a movimentar a cabeça, enquanto esta estranheza for o meu normal."
E termina Pedro Benevides: "18 horas. Saí de lá com medicação, cuidados, plano de recuperação e uma bússola interna a precisar de realinhamento. Agora em casa, não tenho dúvidas: o SNS tem de mudar, urgentemente. E mesmo assim - imperfeito, exausto, mas incrivelmente humano -, continua a ser um porto seguro", elogia.