"Não grite. Já respondi!" A reação de José Sócrates depois de acusado de 6 crimes
No final da leitura da decisão instrutória da Operação Marquês, à saída do Campus da Justiça, o antigo primeiro-ministro falou de motivação política neste processo, arrasou o Ministério Público e perdeu a paciência.
No final da leitura da decisão instrutória da Operação Marquês, à saída do Campus da Justiça, em declarações aos jornalistas, o antigo primeiro-ministro, José Sócrates, voltou a falar de motivação política neste processo, admitindo vir a pedir uma indemnização ao Estado.
José Sócrates anunciou ainda que vai recorrer da decisão do juiz Ivo Rosa, quanto aos crimes de branqueamento de capitais e falsificação de documentos.
Recorde-se que José Sócrates, estava acusado pelo MP de 31 crimes, incluindo corrupção passiva, branqueamento de capitais, fraude fiscal e falsificação de documento. O antigo governante vai ser julgado por um total de seis crimes, três de branqueamento de capitais e três de falsificação de documentos. Caíram os crimes de corrupção e de fraude fiscal.
Em conversa com os jornalistas, José Sócrates afirmou esta sexta-feira que "todas as grandes mentiras da acusação caíram". Após a leitura do despacho de pronúncia, o antigo chefe do Executivo afirmou que "alguém cometeu um crime, resta saber quem", arrasando o Ministério Público.
Sócrates garantiu que os crimes pelos quais vai ser pronunciado, nomeadamente branqueamento de capitais, não são "verdade", referindo que se vai defender em recurso ou em tribunal. "Carlos Alexandre nunca foi imparcial, não esteve à altura", acusou Sócrates, frisando que o juiz Ivo Rosa provou que era tudo "mentira e fantasia".
A meio da conversa com os jornalistas, José Sócrates exalta-se com a bateria de perguntas e reage. Os jornalistas pretendiam uma reação ao facto de estar a correr mundo a notícia de um ex-primeiro-ministro ir a julgamento por branqueamento de capitais. "Se quer berrar aos ouvidos dos seus colegas... Não grite! Não é preciso gritar. Já ouvi, já respondi", reage o antigo chefe do Executivo.